Presidente francês defende a necessidade de "acalmar os ânimos" e aponta que, "mesmo que não agradem a todos", as disposições da lei "não podem ser todas bloqueadas".
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Um dia depois de ter sido aprovado o novo projeto de lei de imigração no Parlamento, o Presidente francês Emmanuel Macron deu uma grande entrevista ao canal televisivo France 5 em que considerou a nova lei "útil". A reação de Emmanuel Macron era esperada esta quarta-feira, depois de a maioria parlamentar ter aprovado o polémico projeto de lei.
Durante a entrevista que decorreu no palácio do Eliseu, o Presidente francês assumiu a controvérsia da lei: "Penso que quando governamos e temos a responsabilidade por escolhas essenciais, temos o direito de ter dúvidas. Somos cidadãos, mas as responsabilidades obrigam-nos a tomar decisões. Acho que temos de assumir o que foi feito ontem: temos que desmentir muitas meias-verdades, e acalmar os ânimos", defendeu.
O Presidente afirmou que a lei de imigração constitui "um escudo que faltava" à França e garantiu estar a falar em "consciência", defendendo que o texto "continua útil" e que as disposições adotadas, "mesmo que não agradem a todos, não podem ser todas bloqueadas".
Emmanuel Macron foi também questionado sobre a vitória ideológica que a nova lei representa para o partido de extrema-direita de Marine Le Pen. "A integração é um pacto: as pessoas devem querer integrar-se e fazer compromissos. Aprender melhor a língua francesa, para que os nossos valores sejam partilhados - nada disto me choca. Trata-se de uma República que é a de todas as sensibilidades políticas. É esta a França da União Nacional? Não", contrapôs.
Durante a entrevista, Emmanuel Macron afirmou que o projeto da eutanásia vai ser apresentado em fevereiro de 2024, abordou o tema do bullying nas escolas e os preparativos para os Jogos Olímpicos de 2024.