Vários milhares de pessoas pertencentes a quatro movimentos sociais marcharam hoje em Madrid num protesto conjunto, sob o lema "Sem Educação, não há Ciência. Sem Ciência, não há Saúde. Sem Educação, Ciência e Saúde, não há Serviços Sociais".
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A manifestação partiu às 19:00 de Atocha e percorreu num ambiente festivo e reivindicativo as praças de Neptuno e Cibeles, tendo terminado na Puerta del Sol com a leitura de um comunicado pelos porta-vozes dos quatro movimentos sociais em defesa dos serviços públicos.
«Continuaremos com a mobilização nas ruas e nos centros para defender os direitos sociais e laborais», advertiram.
O manifesto explica ainda que «cada movimento saiu à rua pelas suas reivindicações e objetivos, mas partilham a defesa do setor público, a rejeição dos cortes e a exigência de recuperar os direitos retirados e o investimento que fortaleça serviços fundamentais para a cidadania».
Famílias, professores, profissionais de saúde, cientistas, trabalhadores sociais e idosos apoiaram esta marcha que decorreu ao ritmo de batucadas e na qual se gritaram palavras de ordem como "Não aos cortes, nem às privatizações", "Sem Ciência, não há futuro", "Não ao lucro na Saúde" e "A luta não terminou".
Quando a manifestação passou em frente ao ministério da Saúde, Serviços Sociais e Igualdade, os manifestantes assobiaram e gritaram "Este ministério não é da igualdade".
Também protagonizaram outro ato de protesto em frente ao ministério da Educação, onde leram um texto "alertando para as consequências da reforma educativa" e condenaram "o corte das bolsas e a deterioração da escola pública".
Na sede do ministério da Economia, já perto da Puerta del Sol, os manifestantes pegaram num cartaz denunciando a «morosidade» deste departamento e lamentando que o orçamento para a Ciência tenha passado de cerca de 0,92 para 0,52 por cento do Produto Interno Bruto.
Do movimento branco (Saúde), Nieves Lozano advertiu que "os cortes de hoje já não serão recuperados amanhã» e alertou para que «nas urgências estão a verificar-se faltas de material».
O porta-voz do movimento laranja (Serviços Sociais), Luis Rodríguez, exigiu «serviços sociais de qualidade, que se afastem da beneficência e aos quais toda a gente tenha direito, porque deles terão necessidade em algum momento da vida».
Os representantes dos diversos movimentos sociais destacaram que com a iniciativa de hoje se pretendeu representar um grande abraço de todos os cidadãos na defesa do serviço público.