Maduro diz que "assédio" contra Venezuela é oportunidade para reforçar planos de defesa
O dirigente disse que a Venezuela enfrenta uma "situação de assédio, cerco" e "ameaças ilegais que violam a Carta das Nações Unidas"
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O líder venezuelano afirmou que as tensões com Washington, que propõe enviar navios para perto da costa da Venezuela, para combater o tráfico de droga, representam uma oportunidade para fortalecer os planos de defesa.
"Temos de aproveitar todas estas circunstâncias (...) para reforçar os nossos planos de defesa da nação, para nos fortalecermos moral, política, institucional e psicologicamente", disse, na quinta-feira, Nicolás Maduro durante a cerimónia de encerramento de um curso militar, transmitido pela emissora pública Venezolana de Televisión (VTV).
O dirigente disse que a Venezuela enfrenta uma "situação de assédio, cerco" e "ameaças ilegais que violam a Carta das Nações Unidas", sem fazer referência direta aos Estados Unidos, que, na semana passada, disseram estar preparados para "usar todo o seu poder" para combater o tráfico de drogas em que acreditam que o Governo de Maduro está envolvido.
"Depois de 20 dias de assédio contra a nação venezuelana, hoje somos mais fortes do que ontem, estamos mais preparados para defender a paz, a soberania e a integridade territorial do que ontem", acrescentou Maduro, assegurando que a administração venezuelana tem atualmente mais apoio internacional "do que nunca".
No evento, o líder mencionou que, na nova jornada de alistamento de milicianos, prevista para esta sexta-feira e sábado, vão ser instalados 945 pontos para que os venezuelanos se inscrevam para defender o país das ameaças norte-americanas.
A Casa Branca declarou na quinta-feira que muitos países latino-americanos apoiam a iniciativa militar norte-americana nas águas das Caraíbas.
"O regime de Maduro não é o Governo legítimo da Venezuela. É um cartel de droga. Maduro não é um Presidente legítimo. Ele é o líder fugitivo deste cartel. Ele foi acusado nos Estados Unidos de traficar drogas para o nosso país", reiterou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em conferência de imprensa.
O Governo de Maduro, através da missão permanente junto da ONU, acusou, na terça-feira, os EUA de terem planos para enviar "um cruzeiro de mísseis" e "um submarino nuclear de ataque rápido" para a costa venezuelana, na próxima semana, entre outros "navios de guerra" destacados no mar das Caraíbas, como parte das "ações hostis" da administração de Donald Trump.