Presidente venezuelano diz que a guerra é "contra os serviços públicos para fazer render e confundir um país inteiro".
Corpo do artigo
A Cruz Vermelha Internacional em missão na Venezuela já está no terreno e espera distribuir, nos próximos 20 dias, ajuda humanitária em 12 hospitais da rede pública bem como entregar medicamentos em vários centros de saúde do país.
O presidente da organização já adiantou que também nos próximos 20 dias vai chegar mais ajuda humanitária: comida e medicamentos para mais de 600 mil pessoas.
Depois de três apagões que deixaram quase todo o país às escuras, a Venezuela vive agora um momento de racionamento no fornecimento de energia elétrica.
Esta noite, na televisão venezuelana, Nicolás Maduro afirmou que o que se passa no país "não é uma guerra convencional. É outro tipo de guerra, contra os serviços públicos, para fazer render e confundir um país inteiro".
"Há muita manipulação. Querem levar o país a um estado de caos e de violência para assaltar o poder políto e entregar a Venezuela ao império norte-americano. Por isso digo que não é uma guerra convencional e tradicional. Não é uma guerra em que vêm tanques, bombas e mísseis como no Iraque ou na Líbia", explicou.
1113932181976551424
Oposição e apoiantes do regime voltam no sábado às ruas de Caracas
Este sábado, a oposição venezuelana e simpatizantes do Presidente Nicolás Maduro vão regressar às ruas de Caracas, para o que anunciam ser "grandes manifestações", uns em protesto contra os apagões elétricos e outros para defender o programa do Governo.
"Este sábado, 9 de abril, vamos todos, desde as 09:00 horas [14:30 em Lisboa], concentrarmo-nos em três pontos fundamentais, a avenida Libertador, avenida Nova Granada e avenida Sucre", disse o coordenador de mobilizações do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo).
Segundo Darío Vivas, os pontos de concentração ficam nas proximidades do centro de Caracas e as manifestações pró-governamentais vão confluir ao palácio presidencial de Miraflores, para apoiar o chefe de Estado Nicolás Maduro e o seu programa do executivo, o "Plano da Pátria" (2019-2025).
Já o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou que a oposição vai marchar para "acabar com a escuridão", no leste de Caracas, concentrando-se, pelas 11:00 locais (16:30 em Lisboa), junto da sede da estatal Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) em El Marques.
Além de protestar pelos cada vez mais frequentes apagões no país, a oposição prevê dar início à "Operação Liberdade", centrada na proposta de Juan Guaidó, para um "governo de transição e eleições livres".
A marcha da oposição tem lugar depois de a Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime) levantar a imunidade de Juan Guaidó (que também é presidente da Assembleia Nacional, na qual a oposição tem maioria) e autorizar o Supremo Tribunal de Justiça a avançar com um julgamento contra o opositor por se ter autodeclarado presidente interino da Venezuela e por, alegadamente, receber financiamento nacional e internacional sem declarar oficialmente.
"Será uma demonstração muito grande de que o povo da Venezuela está certo de que não se habituará nem um segundo a esta tragédia que estamos a viver", disse Juan Guaidó aos jornalistas.