Milhares de manifestantes reuniram-se numa das avenidas da cidade, naquele que é o décimo dia de protestos contra o Governo.
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O Governo nigeriano decidiu prolongar de forma indefinida o recolher obrigatório que deveria durar apenas 24 horas em Lagos, a maior cidade do país, impedindo também a realização de voos.
O executivo chamou também a polícia antimotim para acabar com as manifestações nas quais têm participado milhares de pessoas que pedem um fim à repressão policial.
Os protestos começaram há dez dias e, esta terça-feira obrigaram as autoridades nigerianas a cancelar todos os voos de e para a cidade de Lagos.
Cerca de mil manifestantes reuniram-se, esta terça-feira, na avenida de Lekki, um dos centros dos protestos em Lagos, capital económica do país, minutos antes do início do toque de recolher, segundo uma jornalista da AFP.
"Estamos preocupados? Não, morreremos aqui!", gritava a multidão, que agitava bandeiras nigerianas. "Sobrevivemos ao confinamento, vamos sobreviver ao toque de recolher", "Não ficaremos em silêncio" ou "A juventude está a construir a Nigéria" eram algumas das frases lidas nos cartazes dos manifestantes.
No momento do toque de recolher, às 16h00 horas locais, os manifestantes entoaram o hino nacional e sentaram-se no chão.
Após mais de dez dias de manifestações contra a violência policial, que começaram nas cidades do sul e que originaram um movimento de protesto juvenil contra o governo em todo o país, registaram-se vários incidentes na manhã desta terça-feira. Perante os episódios de violência, o chefe da polícia ordenou pela tarde "o envio imediato das unidades antimotim para todo o país com vista a proteger os nigerianos, os seus bens e as as infraestruturas nacionais básicas".