Maioria dos escuteiros portugueses já foi retirada de Buan para fugir ao tufão Khanun
O chefe nacional do corpo de escutas explicou à TSF que o último grupo de portugueses deve sair da cidade de Buan, na costa oeste do país, ainda durante esta terça-feira.
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Na Coreia do Sul já foi retirada da cidade de Buan a maioria dos portugueses que estavam a participar no acampamento mundial de escuteiros. O tufão Khanun está cada vez mais próximo do país e, por isso, a organização decidiu deslocalizar para Seul o evento que reúne mais de 40 mil escuteiros de todo o mundo, incluindo 700 portugueses.
O chefe nacional do corpo de escutas, Ivo Faria, explicou à TSF que o último grupo de portugueses deve sair da cidade de Buan, na costa oeste do país, ainda durante o dia desta terça-feira.
"De participantes são à volta de 520. Diria que 480, mais ou menos, já saíram do campo. Falta o último grupo de 40. Depois fica a faltar transferir os voluntários da equipa internacional de staff e ainda a equipa de coordenação do contingente, que serão as últimas a sair deste campo. Estamos a contar que ainda seja durante o dia de hoje. Muitos dos membros do staff estão, obviamente, a apoiar as operações de saída e de arrumação do campo e as equipas de coordenação do contingente estão também ocupadas a garantir que não falta ninguém, que não se perde nenhum material e que tudo ocorre com a normalidade necessária", contou Ivo Faria.
O Governo sul coreano disponibilizou mil autocarros para esta operação de retirada dos escuteiros. No entanto, o responsável pelo corpo nacional de escutas revela que os portugueses não vão já para Seul. Primeiro vão ficar alojados numa cidade a cerca de cem quilómetros do local onde estava a acontecer o Jamboree, o acampamento nacional de escuteiros.
"Agora vamos ser todos redirecionados para o mesmo local. Neste caso é uma cidade que não é muito longe daqui, não vamos já para Seul e vamos ocupar instalações de uma universidade, à volta de cem quilómetros da cidade onde estamos neste momento. O plano, que ainda não conhecemos em grande detalhe, será ficarmos cá e vivermos o resto das atividades, que estão também a ser readaptadas, até ao último dia, que é na sexta-feira, e depois na sexta-feira aqueles de nós que estamos fora de Seul vamos para Seul para que num estádio - penso que é o olímpico -, se realizar a cerimónia de encerramento à noite", acrescentou à TSF.
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O tufão Khanun atravessa a China nesta altura. Deverá chegar à Coreia do Sul na quinta-feira, de acordo com os serviços meteorológicos. Entretanto deixou um rasto de destruição nas Filipinas. Ao todo, a tempestade provocou 14 mortes e 300 mil desalojados.
Cerca de 43 mil pessoas de todo o mundo participam no festival, em Saemangeum, na costa ocidental da Coreia do Sul. O festival, organizado de quatro em quatro anos, devia terminar a 12 de agosto.
Mas o evento transformou-se rapidamente num pesadelo: milhares de participantes, incluindo quatro mil britânicos e 1500 norte-americanos, abandonaram o encontro prematuramente no final da semana passada devido ao calor extremo e à má organização.
De acordo com as autoridades locais e os organizadores, cerca de 600 participantes sofreram uma insolação ou outras doenças relacionadas com as temperaturas tórridas. Os britânicos retiraram-se para Seul, enquanto os norte-americanos foram acolhidos pelo exército dos Estados Unidos, na base de Pyeongtaek, a sul da capital.
Os escuteiros de Singapura também decidiram abandonar o local mais cedo do que o previsto. A península coreana vive atualmente uma vaga de calor húmido, com temperaturas diárias entre os 35 e os 38 graus, o que levou a um alerta máximo de vaga de calor.
Nos últimos dias, os meios de comunicação social locais descreveram a situação como "uma vergonha" para o país, tendo em conta o tempo tido para preparar este gigantesco encontro de verão.
O Governo sul-coreano enviou médicos e enfermeiros militares, bem como autocarros com ar condicionado e camiões frigoríficos carregados de água gelada. Foi igualmente aprovada uma ajuda de emergência de 6,9 mil milhões de won (4,8 milhões de euros) para fazer face à situação.
Além dos problemas causados pelo calor, os meios de comunicação social locais referiram as más condições de acampamento, com instalações sanitárias "longe de serem ideais", incluindo chuveiros e casas de banho.
Para piorar a situação, as autoridades regionais informaram no sábado que pelo menos 70 participantes de uma missa tinham contraído Covid-19.