A fuga em massa começou na sexta-feira devido ao avanço do Daesh sobre Marea e Azaz, na província de Alepo. As populações lançaram-se em desespero até à fronteira turca... que está fechada.
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O alerta foi lançado, esta semana, pela Organização Não Governamental Médicos Sem Fronteiras.
De acordo com a ONG, estes milhares de civis estão desesperados, com medo e a praticamente sem assistência porque estão "encurralados", atrás, pelos combates entre o Daesh e o exército sírio, e, na frente, uma Turquia fechada.
Em declarações à TSF, Pablo marco, coordenador dos Médicos Sem Fronteiras para aquela região diz que é uma situação que tem de ser resolvida urgentemente.
"Basicamente esta gente está numa situação humanitária grave, com dificuldades para ter assistência médica e acesso a condições básicas de sobrevivência porque estão a fugir de combates e não têm lugar para onde ir. Estão bloqueados e se o grupo extremista avança, eles não têm por onde escapar.
Estamos a falar de gente desesperada e muito vulnerável. Buscam uma saída porque não têm dinheiro nem meios para isso", diz o responsável.
Pablo Marco explica que, em m termos logísticos, o trabalho das ONG não é fácil . Do lado sírio, elas não estão presentes e do lado turco só há autorização para passar o mínimo para sobreviver: "Há comida e água que passam através da Turquia. A maioria tem tendas de campanha e material básico. Mas há milhares, que chegaram há poucos dias, que não têm nada. Temos estado a providenciar tendas para ajudá-los".
A organização tem monitorizado a situação e tem lançado alertas. As últimas informações dão conta de que o governo turco vai, aparentemente, responder à crise humanitária que enfrenta, mas até agora nada aconteceu
Para além dos apelos ao governo turco, os Médicos Sem Fronteiras apelaram também à União Europeia para apoiar a Turquia e, por outro, acolher mais refugiados sírios que fogem à violência no país natal.