No poder há 13 anos, Hugo Chavez tenta garantir, este domingo, um novo mandato mas pela frente terá Henrique Capriles, um advogado de 40 anos, que promete lutar até ao último instante.
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Cerca de 140 mil militares foram mobilizados para garantir a segurança das eleições deste domingo no país.
O exército está posicionado para controlar as fronteiras desde sexta-feira e até segunda à tarde, as pessoas estão proibidas de andar com armas, está interdita a venda de bebidas alcoólicas e o ministro da Defesa anunciou também que estão proibidas reuniões públicas que possam interferir com o processo eleitoral.
Em jogo estão mais seis anos de Hugo Chavez, presidente no poder há 13 anos e candidato ao quarto mandato, ou uma viragem à oposição liderada por Henrique Capriles, candidato da Mesa da Unidade Democrática,uma mega-coligação que reúne cerca de 30 partidos da oposição.
Chavez pede mais um mandato para aprofundar a revolução bolivariana e aperfeiçoar o socialismo na Venezuela. Promete mais desenvolvimento e um governo capaz de aplicar melhor o dinheiro do petróleo, com uma meta de investimento que, ao nível da habitação, prevê construir três milhões de casas nos próximos seis anos.
Aos 58 anos e depois de ter sido operado duas vezes a um cancro, Hugo Chavez continua a receber tratamentos médicos, tem aparecido em público com discursos menos inflamados, abrandou o ritmo da agenda mas fez questão de vir a público garantir que tem saúde para governar pelo menos mais um mandato.
Mas podem ser mais dois ou três, porque em 2009, quando chegou ao poder, mudou a constituição, através de um referendo, para acabar com a limitação de mandatos.
As eleições venezuelanas deste domingo têm sido consideradas por alguns analistas como as mais renhidas dos últimos anos. Tanto Hugo Chavez como Henrique Capriles conseguiram arrastar multidões nos comícios das últimas semanas.
O adversário que promete fazer sombra a Chavez é um advogado de 40 anos, candidato que se gaba de nunca ter perdido uma eleição. Henrique Capriles Randonski já foi presidente de câmara, deputado e governador.
Apresenta-se como David contra Golias e acusa o adversário de ter a doença do poder. Capriles garante que vai manter os programas sociais de Chavez mas avisa que os benefícios não serão apenas para os apoiantes do atual presidente.
Num país com uma taxa de desemprego da casa dos sete por cento, a crescer mais de cinco por cento no segundo trimestre do ano e uma taxa de inflação que no ano passado chegou perto dos 30 por cento, o rival de Chavez promete combater a corrupção e a violência que se traduzem na taxa de homicídios mais alta da América do Sul.
Com o slogan "Há um caminho", Henrique Capriles promete ainda relançar o emprego e o regresso à economia de mercado, criticando o excesso de nacionalizações e expropriações levadas a cabo por Hugo Chavez.