Mais de 50 ex-combatentes das FARC assassinados na Colômbia desde o acordo de paz

Arquivo/Reuters
O partido político FARC, que surgiu após o desarmamento da guerrilha, denunciou hoje que os membros do Clã do Golfo assassinaram mais um militante em Antioquia.
Segundo um comunicado de desmobilizados agrupados no Espaço territorial de captação e reincorporação (ETCR), onde finalizam a sua transição para a designada reintegração social, Víctor Alfonso Sánchez Manjarrés foi assassinado por homens do Clã do Golfo, o maior grupo criminal do país com origem nos paramilitares de extrema-direita, na localidade Puerto Claver, município de El Bagre.
Um recente relatório da procuradoria da Colômbia, divulgado em meados da semana passada, assegura que desde a assinatura do acordo de paz entre o Governo colombiano e as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), em 24 de novembro de 2016, refere-se a 40 ataques contra membros deste grupo e que provocaram 50 mortos entre os ex-guerrilheiros. Membros das suas famílias e ativistas sociais também têm sido vítimas de ataques armados, que se intensificaram nos últimos meses.
As FARC estão a denunciar o que designam por "campanha de extermínio e guerra suja que pretende torpedear os acordos alcançados em Havana e agudizar as condições do conflito armado interno".
O partido proveniente da ex-guerrilha suspendeu na sexta-feira a sua campanha para as eleições legislativas na sequência de "agressões" contra diversos candidatos e pediu "garantias" de segurança.
Os colombianos estão convocados para eleger em 11 de março os seus deputados, e em 27 de maio o sucessor do Presidente Juan Manuel Santos, que deixa o poder após dois mandatos de quatro anos. Uma segunda volta poderá decorrer em 17 de junho.
A ex-guerrilha das FARC, desarmada e reconvertida em partido político em setembro sob o nome Força alternativa revolucionária comum, com o mesmo acrónimo FARC, apresenta candidatos pela primeira vez desde a sua fundação em 1964.