A rebelião tuaregue e o movimento islamita Ansar Dine, dois dos grupos que controlam o norte do Mali há mais de dois meses, anunciaram uma fusão e proclamaram um «Estado islâmico» na região.
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Este «memorando de entendimento», enviado à agência noticiosa francesa AFP, no culminar de várias semanas de discussões, por vezes difíceis, entre os dois movimentos há muitos separados pelos seus objetivos e ideologias, marca uma viragem na vasta região do norte do Mali, que escapou ao poder central de Bamako depois do final de março.
«O movimento Ansar Dine e o MNLA (Movimento Nacional de Libertação de Azawad proclamam a sua dissolução em Azawad [região norte do Mali]. Os dois movimentos criaram o Conselho Transitório do Estado islâmico de Azawad», refere o acordo.
«Nós somos todos a favor da independência de Azawad, aceitamos todos o Islão como religião», aponta o documento firmado entre as partes.
Em Gao, uma das grandes cidades no norte do Mali, onde os líderes dos dois movimentos realizaram as suas discussões, tal como em Tombouctou, a conclusão do acordo foi celebrada com inúmeros disparos de tiros para o ar, segundo indicaram os habitantes à agência noticiosa AFP.
O acordo MNLA/Ansar Dine e a incerteza em torno da presença da Al-Qaida do Magrebe Islâmico em Azawad criam uma situação nova para as autoridades de transição de Bamako e para a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).