A polícia deteve 12 manifestantes, um dos quais um organizador, do protesto que um grupo de jovens está a realizar em Luanda para exigir a destituição de José Eduardo dos Santos.
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Segundo a agência Lusa, de acordo com um dos responsáveis do protesto, a polícia encetou confrontos com os manifestantes e mantém os 12 detidos dentro uma carrinha policial, estando algumas destas pessoas em dificuldades respiratórias devido ao forte calor que se faz sentir em Luanda.
Alguns jornalistas também foram agredidos em consequência desta manifestação que um grupo de jovens angolanos está a realizar em Luanda para exigir a destituição do Presidente do país.
A manifestação, realizada com o objectivo de «exigir a destituição de José Eduardo dos Santos» e a «democratização dos órgãos públicos», começou ao início da tarde, no Largo da Independência, como previa o seu programa.
No largo, onde tinham a autorização para se manifestarem, juntaram-se cerca de uma centena de jovens, sob vigilância de um forte aparato policial.
Às 14h00, o grupo de jovens tomou a iniciativa de partir em direcção ao Palácio Presidencial, para exigir a libertação de um dos seus membros, que alegadamente tinha sido raptado algumas horas antes da manifestação.
A polícia tentou impedir a intenção, tendo se gerado uma confusão, que resultou no ferimento, detenção e agressão de jornalistas, que se encontravam a fazer a cobertura da manifestação.
A agressão, perpetrada por elementos civis que se encontravam igualmente no local, sem identificação, atingiu dois câmaras da RTP África, bem como a destruição do seu equipamento, e o jornalista da Voz da América, que igualmente viu danificados os seus meios de trabalho.
Em declarações à TSF, Alexandre Neto, jornalista da rádio Voz da América, que testemunhou a manifestação em Luanda, disse que houve actos de violência desencadeada por indivíduos suspeitos de pertencerem aos serviços secretos.
«Não foi a polícia com uniforme e identificada a mais violenta, mas indivíduos à civil, corpulentos e robustos, que se supõe estarem ligados aos serviços de informação. Estes tinham a cobertura da polícia. Pude assistir ao pessoal da RTP a ser desapossado das suas câmaras, houve violência sobre os jornalistas», relatou.