Manifestantes contra Putin em Paris: "Somos centenas a dar a nossa voz, como Navalny nos pediu para fazer"
A viúva de Alexei Navalny apelou a que os russos fossem votar em massa "ao meio-dia, contra Putin".
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Ao longo deste domingo, a fila de espera prolongou-se por mais de 600 metros em frente à embaixada russa, em Paris. A maioria dos eleitores quis denunciar o controle de Vladimir Putin no país. Desde esta tarde, manifestações anti-Putin decorrem nas ruas da capital francesa.Neste terceiro dia de eleições, Ioulinia Navalnaïa, viúva de Alexeï Navalny, apelou a que os russos fossem votar em massa "ao meio-dia, contra Putin". Em resposta, milhares de pessoas reuniram-se ao meio-dia, junto à embaixada Russa, em Paris."A mensagem parece-me clara: viemos ao meio-dia porque estamos contra tudo o que está a acontecer na Rússia. Infelizmente sei que os dados já estão lançados para esta eleição, mas acho muito importante estarmos presentes e mostrarmos a nossa posição. Somos centenas, aqui, a dar a nossa voz, como Navalny nos pediu para fazer", afirma uma eleitora russa em Paris.Muitas das pessoas que foram votar ao meio-dia levaram cartazes, nos quais se podiam ler mensagens como “Contra Putin”, ou “Russos contra a guerra”.Uma das eleitoras presentes explicou-nos querer "mostrar ao mundo que estamos contra Putin. Nós somos o futuro da Rússia! O que está a acontecer agora na Rússia não são eleições reais... tudo isto é manipulado. Estamos aqui para dizer que não reconhecemos o valor destas eleições".Nadezda Kitepova, refugiada política russa, advogada em direito nuclear e direitos humanos, considera que face ao medo, a solidariedade destas manifestações cria uma nova esperança. "Na Rússia, as pessoas têm medo, até de falar umas com as outras sobre as eleições. Na sexta-feira, muitas pessoas não sabiam se iam votar ou não... e não se falava do tema, porque se vive numa realidade em que toda a gente pode ser denunciada. Portanto, face ao medo, assistir a este momento em que as pessoas vão votar, ver esta solidariedade, é como se houvesse uma força a criar-se, como se nos disséssemos 'eu consigo resistir'… Se Alexeï Navalny conseguiu, talvez eu também consiga", descreve a advogada.Centenas de pessoas estão concentradas em manifestações contra Vladimir Putin na praça do Trocadero, em frente à Torre Eiffel.
