O Presidente da República confessou o desconforto com a decisão da Bulgária, embora mantenha a serenidade e a confiança.
Corpo do artigo
Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre a candidatura de Kristalina Georgieva à liderança da ONU. O Presidente da República confessou um sentimento de desconforto, comparando a entrada da búlgara na corrida como uma chegada para os 100 metros finais, contra alguém, no caso António Guterres, que vem de uma maratona.
"Por princípio, Portugal respeita e saúda todas as candidaturas. No entanto, eu senti um pouco aquela sensação de estar a ser corrida uma maratona e de repente aparecer um concorrente que entra nos últimos 100 metros para tentar ganhar a maratona. Naturalmente saúda-se a existência de mais concorrentes na maratona, mas há quem tenha corrido a maratona toda nas audições, nos votos consecutivos, e dá uma sensação desconfortável ver a entrar de repente, a 100 metros da meta, alguém que quer competir com quem anda a correr há muito tempo. Mas permanece a mesma serenidade e a mesma confiança até ao fim da maratona", disse o Presidente.
Apesar da candidatura de Kristalina Georgieva, Marcelo acredita que Guterres continua a ser o favorito e que vai mesmo ser o próximo secretário-geral da ONU.
"Obviamente o senhor engenheiro António Guterres é um maratonista natural e a sua candidatura foi apresentada no devido tempo, de uma maneira transparente, esteve em todas as audições, submeteu-se a todas as votações e, portanto, foi um maratonista que correu a maratona para a vencer, não precisando de entrar a 100 metros da meta para vencer a prova", concluiu.