Na quinta-feira, o chefe de Estado tinha considerado que “o núcleo duro da discussão" do encontro desta sexta-feira seria "a preocupação com recentes atuações da Federação Russa que parecem ser uma espécie de medição de pulso à Europa"
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O Presidente da República defendeu esta sexta-feira que a Europa deve manter-se unida e firme em matéria de segurança, a questão que considera mais sensível na agenda da XX reunião do Grupo de Arraiolos, que decorre em Tallin, Estónia.
Numa declaração, em inglês, à chegada ao encontro informal de chefes de Estado da União Europeia (UE) com poderes não executivos, Marcelo Rebelo de Sousa passou em revista os três temas em discussão – Inteligência Artificial, conflito em Gaza e segurança global -, apontando que esta última questão é particularmente sensível, designadamente nos países bálticos e da Europa de Leste, face à vizinhança com a Rússia.
“Um tema muito sensível é a segurança na Europa, na Europa báltica, na Europa de Leste, em toda a Europa. E aí temos de nos manter firmes, constantes, unidos e claros nas nossas posições. É assim que as coisas são e devem continuar a ser assim no futuro”, declarou o chefe de Estado.
Já na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa tinha considerado que “o núcleo duro da discussão" do encontro desta sexta-feira seria "a preocupação com recentes atuações da Federação Russa que parecem ser uma espécie de medição de pulso à Europa".
Relativamente ao conflito israelo-palestiniano, e à luz do acordo para um cessar-fogo alcançado esta semana, Marcelo comentou que “as recentes notícias são boas notícias para o Médio Oriente e para o mundo”, mas advertiu que o compromisso em torno da primeira fase do plano de paz “é apenas o início de um processo longo e complexo”.
“Vai levar tempo, vai ser difícil, mas é uma oportunidade de paz, de direito humanitário e de futuro para a região”, disse.
A XX reunião do Grupo de Arraiolos, “que nasceu em Portugal”, em 2003, como observou o Presidente da República na sua declaração à chegada do encontro, é a última de Marcelo Rebelo de Sousa, que, na capital da Estónia, tem ainda previsto um encontro com a comunidade portuguesa, hoje à tarde, e um encontro bilateral com o seu homólogo estónio, Alar Karis, no sábado.
Na reunião de Tallin participam 11 chefes de Estado: além de Alar Karis e de Marcelo Rebelo de Sousa, estão confirmadas as presenças dos Presidentes da Áustria, Alexander Van der Bellen, da Bulgária, Rúmen Radev, da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, da Grécia, Constantine Tassoulas, da Itália, Sergio Mattarella, da Letónia, Edgars Rinkevics, da Polónia, Karol Nawrocki, da Eslováquia, Peter Pellegrini, e da Eslovénia, Natasa Musar.
A terminar o seu segundo mandato no Palácio de Belém – as eleições presidenciais realizar-se-ão a 18 de janeiro de 2026 -, Marcelo Rebelo de Sousa participa assim pela última vez numa reunião do Grupo de Arraiolos, a sua oitava, depois daquelas na Bulgária (2016), Malta (2017), Letónia (2018), Grécia (2019), Itália (2021), Malta (2022) e Porto (à qual presidiu, em 2023).
A reunião de 2020, que deveria celebrar-se em Lisboa, foi cancelada devido à pandemia da covid19, e, no ano passado, o Presidente da República não participou na reunião na Polónia invocando as negociações em curso em Portugal para o Orçamento de Estado de 2025.
A reunião seguinte do Grupo de Arraiolos, já com o novo Presidente da República português, celebrar-se-á em 2026 na Hungria.