O Presidente da República e o Primeiro-Ministro refletem sobre o significado do que aconteceu em Nice, concordando no desafio que ele encerra para a Europa.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou o "bárbaro atentado" ocorrido na cidade francesa de Nice, considerando que não pode deixar de chocar os que acreditam num Estado de direito democrático.
"Trata-se de um bárbaro atentado contra pessoas e os seus direitos, numa dimensão brutal, incluindo um número impressionante ao que parece de crianças, e que não pode deixar de chocar todos aqueles que acreditamos num Estado de direito democrático", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que ainda não há a certeza de que o presidente francês François Hollande possa estar em Portugal na próxima terça-feira, como estava previsto antes do atentado de quinta-feira à noite, "nem que seja numa viagem muito abreviada".
Seria a altura para "testemunhar o luto, a solidariedade, o pesar dos portugueses que acompanham outros portugueses em França e os franceses neste momento de dor", disse, assinalando o "tempo de insegurança" que a Europa vive.
O primeiro-ministro, António Costa, sublinhou que o atentado de quinta-feira à noite em Nice, França, não atingiu apenas aquele país, mas todos os europeus e que a Europa deve focar-se nos "problemas reais e concretos" dos cidadãos.
Durante a cerimónia de apresentação do investimento do grupo franco-japonês Howa Tramico em Viana do Castelo, Costa dirigiu-se em francês aos presentes para transmitir não só as suas condolências, mas também "amizade e solidariedade".
"E sobretudo esta mensagem de que o atentado de [quinta-feira] não é apenas um atentado à cidade de Nice. Foi um atentado que tocou todos os europeus e isso significa que é uma mensagem muito clara. Porque o que é que deve fazer a Europa no futuro? Deve centrar-se sobre os problemas reais e concretos das pessoas e isso quer dizer a solidariedade da Europa para combater a ameaça terrorista transnacional a que fazemos frente e que ameaça a civilização europeia", afirmou o primeiro-ministro.
António Costa disse já ter transmitido as condolências ao Presidente da República de França, François Hollande, e ao primeiro-ministro, Manuel Valls, e realçou que hoje todos os europeus partilham mais do que "os grandes valores da Liberdade, Igualdade e da Fraternidade" que se celebravam na quinta-feira em França.
"Hoje todos os europeus partilham também o sofrimento da França e dos franceses", declarou o primeiro-ministro.