O primeiro-ministro espanhol diz que será uma medida de último recurso, mas, se for necessário, o Estado vai capitalizar a banca. Descontente com o desemprego, avisa que 2012 vai ser um ano mau para Espanha.
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Mariano Rajoy admite injetar dinheiro público na banca para manter o setor capitalizado. A medida será de último recurso, mas não está fora dos planos. Na primeira grande entrevista após ter sido eleito, em Novembro do ano passado, o primeiro-ministro espanhol anunciou que está a preparar um novo decreto com medidas importantes para o setor, que irá ser apresentado na próxima sexta-feira.
Aos microfones da Rádio Onda Cero, Rajoy não desvendou o conteúdo da lei que está a ser preparada, mas referiu que não quer que restem dúvidas sobre a saúde da finança espanhola. Para isso, admite fazer tudo o que for preciso.
Nesta entrevista, Mariano Rajoy explicou que por a economia a crescer e dar condições para as empresas terem acesso ao crédito é um objectivo muito importante, mas a prioridade do governo espanhol continua a ser outra. Madrid vai continuar a apostar no combate ao défice, porque enquanto as contas públicas não estiverem em ordem, Espanha não ultrapassa os erros do passado, de gastar mais do que podia.
Em Abril, a taxa de espanhóis sem trabalho desceu 0,14% , devido ao emprego sazonal da Semana Santa. Apesar disso, o desemprego continua muito elevado e ronda os 24,4%. Valores que deixam Mariano Rajoy descontente, mas não o demovem do seu objectivo. Na entrevista, o governante avisou mesmo que 2012 vai ser um ano mau para a Espanha.
Ao longo de mais de 50 minutos, Rajoy falou, ainda, sobre a pesada herança que recebeu. Afirmou que pensava ter recebido um país com uma gripe, mas afinal estava já com uma pneumonia.
No Palácio da Moncloa, em directo para a Rádio Onda Cero, Rajoy falou sobre a noite eleitoral em França. Felicitou François Hollande pela vitória e, apesar de serem de campos políticos opostos, prometeu, como é sua obrigação e em defesa dos interesses dos dois países, uma boa colaboração entre Madrid e Paris.