A líder da extrema-direita francesa afirmou hoje que o programa político do novo Presidente dos Estados Unidos, com forte pendor protecionista, foi inspirado em propostas defendidas por ela.
Corpo do artigo
"Não o encaro como um modelo, ele é que está a aplicar aquilo que eu proponho há anos e que os nossos adversários políticos sempre consideraram como estúpido", referiu a líder da Frente Nacional, numa entrevista ao diário francês La Voix du Nord.
O protecionismo, na opinião de Marine Le Pen, consiste em adaptar cada decisão do direito aduaneiro a uma situação particular para reindustrializar o país. "Não vamos colocar taxas sobre o café, que não produzimos", disse a candidata às eleições presidenciais francesas deste ano.
Para a líder da Frente Nacional, a única maneira de impedir, por exemplo, que a empresa norte-americana Whirlpool transfira a sua fábrica da localidade francesa de Amiens (norte) para a Polónia é acabar com os interesses adjacentes a este tipo de movimentações.
As empresas "fazem isto para conseguirem fabricar no estrangeiro produtos a baixo custo que vão depois revender em França com uma margem adicional. Obviamente que devem ser aplicados direitos aduaneiros que os privem de tal benefício", assinalou Marine Le Pen.
A líder da extrema-direita francesa, que segundo as sondagens irá conseguir disputar a segunda volta das presidenciais francesas em maio, referiu ainda que as suas ideias estão a ganhar um apoio eleitoral cada vez "mais sólido e fiel", afirmando acreditar que uma eventual vitória nas eleições da primavera "é totalmente credível".
No fim de semana passado, durante um encontro com as forças europeias populistas e de extrema-direita na região oeste da Alemanha, Marine Le Pen defendeu que a Europa "vai despertar" durante 2017, ano de eleições em vários países da União Europeia (UE).