Maior parte dos migrantes intercetados é natural do sul do deserto do Saara. Há 53 mulheres e 16 menores.
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A Marinha de Marrocos intercetou, no domingo à noite, 424 pessoas, a maioria proveniente de povoações no sul do Saara, que tentavam chegar à costa espanhola a bordo de barcos improvisados, informou hoje fonte militar marroquina.
Alguns dos migrantes estavam em deficientes condições de saúde, tendo recebido os primeiros socorros a bordo dos barcos da guarda costeira real. Foram depois encaminhados para diversos portos no norte de Marrocos.
Segundo contou à AFP a mesma fonte, a maioria dos migrantes intercetados é natural do sul do deserto do Saara, havendo entre eles 53 mulheres e 16 menores.
Segundo dados da Organização Mundial para as Migrações, 10.475 migrantes clandestinos entraram em Espanha por via marítima no primeiro semestre de 2019, em comparação com 15.075 no mesmo período do ano anterior, um decréscimo cerca de 30%.
Mais de 200 pessoas morreram ou desapareceram no mar no mesmo período.
No final de julho, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, elogiou o reino de Marrocos pelo seu "papel como líder internacional no combate à imigração clandestina", saudando os esforços das autoridades marroquinas nesta matéria.
Sánchez destacou também o esforço da Espanha para obter apoio financeiro e logístico dos seus parceiros europeus na área da migração clandestina
"O número de entradas em 'pateras' [barcos] caiu pela primeira vez desde 2013", avançou Sánchez num texto publicado pelo jornal espanhol El País.
No ano passado, as autoridades marroquinas pararam cerca de 89 mil "tentativas de imigração ilegal" para Espanha, incluindo 29 mil no mar, segundo dados oficiais.
A União Europeia lançou um pacote de 140 milhões de euros no ano passado para apoiar as ações de Marrocos contra a imigração ilegal, para a vigilância de fronteiras, apoio às vítimas e para o combate e desmantelamento de redes de tráfico de pessoas.
Segundo a Associação Marroquina dos Direitos Humanos, as organizações clandestinas cobram entre dois e cinco mil euros pelo transporte marítimo de cada migrante.