O rei de Marrocos apelou ao secretário-geral da ONU para acabar com as "provocações" da Frente Polisário que "ameaça seriamente o cessar-fogo" no Saara Ocidental, indicou em comunicado oficial.
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Mohammed VI falou ao telefone com António Guterres para "chamar a atenção para a grave situação que prevalece na região de Guerguerat, no Saara marroquino", refere, em comunicado, o Gabinete Real.
Segundo o comunicado, o rei denunciou as "repetidas incursões de elementos armados da Frente Polisário e os seus atos de provocação" na região.
Aquelas ações "premeditadas" ocorreram em dezembro e visavam "criar discórdia" na reintegração de Marrocos na União Africana, no final de janeiro.
As autoridades marroquinas, refere no comunicado, têm "repetidamente denunciado aqueles atos à Minurso [Missão de Observação da ONU para o Saara Ocidental]".
Mohammed VI pediu ao secretário-geral da ONU para tomar medidas urgentes para acabar com aquela situação inaceitável, que ameaça seriamente a estabilidade regional, acrescenta o texto.
Antiga colónia espanhola, o Saara Ocidental é controlado por Marrocos desde 1975.
Apoiada pela Argélia, a Frente Polisário reclama um referendo de autodeterminação, enquanto Rabat considera o Saara como uma causa nacional e propõe uma autonomia à sua soberania.
As armas estão em silêncio desde a entrada em vigor de um cessar-fogo em 1991 e a ONU tem no local uma força de manutenção de paz com cerca de 250 "capacetes azuis", cuja missão inclui a monitorização do cessar-fogo.