Cerca de 20 milhões de marroquinos, maiores de idade, podem escolher esta sexta-feira uma nova Constituição que atribui menos poderes ao rei e reforça das competências do primeiro-ministro e do parlamento.
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Em causa no referendo de hoje está um aumento dos poderes do primeiro-ministro (que se passa a chamar "chefe de governo") e do parlamento, que passa a poder legislar sobre mais temas em comparação com a anterior Constituição.
A separação entre os poderes é outro dos grandes tópicos em causa na aprovação da nova Constituição, um processo iniciado pelo rei Mohammed VI a 9 de Março, após uma série de manifestações populares realizadas pelo movimento 20 de Fevereiro, que congrega diversas entidades políticas e sociais.
Pela primeira vez, o «Amazigh» é reconhecido como idioma oficial de Marrocos, tornando-se na segunda língua do país magrebino, enquanto o novo texto constitucional indica promover a "preservação" da cultura Hassani, ou seja, saariana.
Passam a ser consagrados os direitos humanos de forma abrangente, constando no artigo 19º o estabelecimento da igualdade de género, a nível "civil, político, económico, social, cultural e ambiental".
Já o artigo 22º proíbe todo o "atentado à integridade física ou moral" de qualquer pessoa, com a tortura a constituir crime punido por lei.
As assembleia de voto abrem às 8h00 (mesma hora em Lisboa) e encerram às 19h00 nas cerca de 40 mil mesas de voto espalhadas pelo território, de acordo com a agência oficial marroquina MAP.
Marrocos conta actualmente com mais de 32 milhões de habitantes e para as eleições legislativas de 2007 havia 19,9 milhões de possíveis eleitores, cerca de 64,4 por cento da população, de acordo com números do Alto Comissariado do Plano (HCP, na sigla em francês).