Passados 66 anos anos desde que Robert Schuman proferiu a célebre declaração que inspirou o projeto de integração, conduzindo àquilo que é hoje a União Europeia.
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Numa entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, o presidente do Parlamento Europeu compara a União Europeia a "uma bicicleta de pneus furados". Com "muitos problemas por resolver", mas que, apesar de tudo, continua a ser um espaço de promoção da Paz, Segurança e do Desenvolvimento Económico.
"Continuamos a ser uma bicicleta, mas nos tempos actuais não temos ar nos pneus. Temos inúmeros problemas para resolver. Continuamos a pedalar. Mas, os nossos instrumentos não estão na melhor forma", diz o presidente.
Perante as múltiplas crises e os egoísmos nacionalistas com que a Europa se depara, Martin Schulz receia que o aprofundamento das relações transnacionais, que fazem a União Europeia, se traduzam num enfraquecimento da União.
"Esses que querem destruir a União Europeia estão agora a ganhar eleições. Ainda não têm a maioria na Europa. A maioria ainda são os que acreditam na cooperação transnacional como o melhor para a Europa. Mas, essa é uma maioria silenciosa. E, a minoria hostil é muito ruidosa, activa e mobilizada", afirma.
O presidente do parlamento europeu diz que muita coisa mudou e, "hoje, há primeiros-ministros que vêm a Bruxelas, dizendo: eu tenho de defender o melhor interesse do meu país - em Bruxelas. Isto é o pressuposto de que o interesse de um país é atacado em Bruxelas e por isso tem de ser defendido".
"Os primeiros-ministros portugueses - todos os primeiros-ministros portugueses -, especialmente o que está em funções, são muito fortes e convictos na defesa de um aprofundamento da integração europeia", salienta o presidente do Parlamento Europeu, considerando eu a falta de integração não é um problema criado pela União Europeia.
"O nosso problema são os Estados-Membros da União Europeia. Uma parte deles decidiram ir numa direcção [colocando os] interesses nacionais em primeiro e a Europa em último lugar", lamenta, lembrando que "noutros tempos, as gerações de políticos entenderam melhor que uma Europa forte é a melhor protecção para os Estados nacionais".