Estes dois ex-chefes da diplomacia portuguesa assinalaram os benefícios que Portugal pode ter no seio da CPLP, muito embora Martins da Cruz tenha lembrado que é o Brasil quem domina esta comunidade.
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O ex-ministro Martins da Cruz considera que a aposta na vertente económica na CPLP é uma boa estratégia com valor acrescentado para todos, mas, em especial, para o comércio português.
«Seguramente Portugal é um dos que beneficia», afirmou o ex-chefe da diplomacia portuguesa, que lembra a cada vez maior afirmação do comércio português em Angola e Moçambique e as relações com o Brasil, a nível de «quadros e investimentos».
Contudo, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros lembrou que ao contrário da comunidade dos países francófonos e da Commonwealth, na CPLP «um dos filhos ultrapassou o pai».
«O Brasil tem uma posição geoestratégica e uma posição mundial mais importante que Portugal», frisou Martins da Cruz, que diz que a CPLP é uma «comunidade a várias velocidades».
Luís Amado, também antigo chefe da diplomacia portuguesa, também chamou à atenção para os benefícios que Portugal pode colher da CPLP, extensíveis aos restantes Estados-membros desta comunidade.
«Esse potencial de relacionamento com a economia global nas suas regiões mais importantes que estão a afirmar-se como pólos de poder emergente no sistema internacional é sem dúvida um elemento de valorização geoestratégico», adiantou.