"Mataram expatriados, há pessoas desaparecidas." O relato de um português em Moçambique
Ricardo Martins, um empresário português que vive em Pemba, relata à TSF "a situação grave" que se vive em Palma, a cidade atacada por terroristas nos últimos dias.
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No norte de Moçambique, o conflito mantém-se com notícias das últimas horas de novos ataques na cidade de Palma. Entre as vítimas, há pelo menos um português, ferido com gravidade.
A TSF falou com o português Ricardo Martins, que vive na região que tem sido fustigada por terroristas. O empresário conta que a situação "é muito grave". "A indicação que nós temos é que, de facto, aquilo em Palma está muito mau. Conseguiram destruir vários carros, mataram expatriados. É a informação que temos neste momento", descreve Ricardo Martins.
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"Há movimentação de tráfego aéreo sobre Pemba, há embarcações a chegar com refugiados. Não conseguimos contactar com alguns dos nossos funcionários. Entretanto, com alguns grupos de Whatsapp, mantiveram-se algumas linhas de comunicação através da rede Wi-fi, e fomos começando a receber boas notícias", revela o empresário português, acrescentando que há ainda várias pessoas "desaparecidas".
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Ricardo Martins confessa à TSF que os recentes ataques em Palma "não se faziam adivinhar", uma vez que a situação em Pemba estava "mais calma" desde os ataques registados no final de 2020.
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O Governo português já confirmou que está a acompanhar o caso. À Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros garantiu que a embaixada em Maputo está a tentar identificar outros portugueses no local para dar apoio.
O português que ficou ferido durante o ataque em Palma foi transferido por via aérea para Pemba. Cerca de 200 pessoas refugiaram-se num hotel em Palma, desde quarta-feira à tarde, quando o ataque armado à vila começou.
Há trabalhadores de várias nacionalidades ligados às empresas que trabalham no projeto de gás natural liderado pela petrolífera francesa Total. A violência na região está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de 2000 mortos.
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