Mauricio García-Villegas: "Há hoje uma espécie de latino-americanização dos EUA e da Europa”

Ricardo Alexandre/TSF
Mauricio García-Villegas nasceu em Manizales em 1959. É professor na Faculdade de Direito e Ciência Política da Universidade Nacional da Colômbia. Especializado em Direito Público e Direitos Humanos, é colunista do jornal “El Espectador”. Autor de vários livros, entre os quais “El país de las emociones tristes”
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Medellín. Uma cidade que chegou a ter mais de sete mil pessoas assassinadas por ano — agora, os números não ultrapassam as duas centenas, ou seja, mais de uma vida ceifada a cada dois dias. Eram vinte homicídios por dia. Inúmeras vidas, milhares e milhares de famílias despedaçadas. Ainda que persistam os problemas relacionados com o narcotráfico e as suas máfias de crime organizado (mais de duzentas estruturas criminais organizadas apenas na cidade capital da região de Antioquia), com todo o seu peso simbólico, económico e político, o escritor Mauricio García-Villegas reconhece que “as coisas estão diferentes atualmente. Para melhor”.
Admite, no entanto, que os muitos problemas de Medellín “continuam a ter a ver com os problemas que a Colômbia e a América Latina têm, que é uma enorme desigualdade de classes sociais. Não houve uma grande transformação neste domínio. Houve uma mudança em relação à violência em Medellín, com um foco muito grande no tráfico de droga. Mas, claro, o tráfico de droga continua. O que aconteceu é que houve uma altura em que o cartel de Medellín, a máfia do tráfico de droga, estava organizada contra o Estado e a sua principal estratégia era quebrar o Estado e, em particular, quebrar as autoridades do município de Medellín e a polícia. Essa estratégia mudou. Não é que o tráfico de droga tenha diminuído, mas sim que essa estratégia mudou. E é possível que as autoridades tenham hoje mais margem de manobra para controlar os focos de tráfico de droga. Mas, em termos gerais, o narcotráfico continua a prosperar na Colômbia e em Medellín, e creio que na América Latina, e penso que este é um dos grandes dramas da Colômbia e do mundo: o narcotráfico”.
Com tudo o que acontece atualmente no mundo, refere ainda, “o problema foi posto em segundo plano”. Em Medellín, há menos violência, mas “há muita corrupção”. García-Villegas anui, porém, à ideia generalizada de que “há aspetos em que se registaram melhorias. A vida quotidiana na cidade é muito mais serena, tranquila e agradável do que era há 20 ou 30 anos. Mas as mudanças não são radicais”.
O que mudou deve-se muito ao trabalho de um autarca “com a qualidade de Sérgio Fajardo, que conseguiu levar a cabo mudanças fundamentais, com políticas que aumentaram o bem-estar da população. Depois também com outros autarcas que eram apoiantes de Fajardo e das suas políticas públicas. Já tivemos autarcas muito maus, como a governação anterior e agora parece que Medellín tem uma gestão autárquica de direita moderada, que parece estar a correr bem”.
O escritor e académico lembra que Medellín está num vale, que já é demasiado estreito para o tamanho da cidade (com perto de dois milhões de habitantes) e “há muito poucos parques e muito poucos espaços públicos. Porque existe uma cultura antioquiana em que se está sempre muito determinado a comercializar tudo, incluindo a terra, e por isso tem sido muito difícil para o Estado projetar parques e bibliotecas públicas e outras instituições. Fajardo, para poder fazer isso, teria de estar em funções mais tempo. Infelizmente, os presidentes de câmara duram muito pouco tempo, apenas quatro anos, o que faz falta em Medellín são vários presidentes de câmara. Três, quatro ou cinco presidentes de câmara num período de 15 ou 20 anos que consigam ter uma política consistente e duradoura para transformar a sociedade. Um dos problemas em Medellín e na Colômbia é o facto de os presidentes de câmara estarem constantemente a mudar. Portanto, as políticas não têm continuidade”.
Falámos sobre a limitação de mandatos autárquicos que é mais rigorosa na Colômbia (não é permitida, sequer, a reeleição) do que em Portugal (três mandatos), o que faz com que não venham à tona os vícios das longas estadias no poder. Para o escritor e professor na Universidade Nacional da Colômbia, “é bom quando és um mau autarca, mas é mau quando és bom, porque não te permite fazer mais e consolidar obra e políticas”. “Se há um autarca que faz as coisas bem e que não é corrupto e que tem uma política coerente, que necessariamente dura uma década ou mais, então é bom que haja reeleição de autarcas e continuidade. A proibição da reeleição é uma boa medida quando há suspeitas de que os autarcas vão ser muito maus, portanto, no caso do Fajardo, não foi boa”, conclui o autor de O País das Emoções Tristes.
Sendo a polarização um problema comum a muitos países, é algo que tem marcado de um modo absolutamente determinante a vida política colombiana desde há muito. Villegas recorda a “guerra entre conservadores e liberais”, ainda no século XIX (A Guerra Civil de 1860-1862), que opôs o Governo conservador de Mariano Ospina Rodríguez e o Partido Liberal (os liberais e os conservadores moderados formaram uma coligação denominada Partido Nacional e lançaram a candidatura presidencial do General Tomás Cipriano de Mosquera), que defendia o federalismo, por causa das reformas efetuadas pelos conservadores.
Um país polarizado
Polarização que ainda existe hoje entre a esquerda e a direita na Colômbia, sendo que o escritor lamenta o que entende ser o mau desempenho do governo de esquerda de Gustavo Petro, que “gerou expectativas no início por conseguir fazer acordos ao centro”, mas foi sol de pouca dura. No entanto, começa por dizer, “é positivo o facto de Petro ter sido capaz de governar sem o centro e sem a extrema-direita. Não imagino que uma situação como esta da esquerda no poder teria acontecido no passado, por isso é um facto positivo. No passado, já teria havido um golpe por parte da extrema-direita; agora, apesar da contestação, o governo de esquerda (inédito no país), continua a governar”. Petro começou o seu mandato como uma aliança com o centro e com o centro-esquerda. Mas essa aliança teve uma duração muito curta: “menos de um ano. E, finalmente, acabou por governar apenas com a sua gente, que nunca chegou verdadeiramente à presidência, porque os quadros e os funcionários que a esquerda tem são relativamente escassos. Por isso, tem havido muita inexperiência. E, por outro lado, houve uma grande radicalização do Presidente devido ao fracasso de muitas das suas políticas. E isso criou um impasse e uma situação difícil muito, muito acentuada”.
O presidente colombiano, “perante o fracasso das suas reformas no Congresso”, decidiu convocar um referendo para perguntar à população se concorda com as reformas “que ele quer aprovar: a da saúde e a da reforma laboral. Então, estamos numa situação complicada porque o governo tem pouco mais de um ano pela frente e há muita polarização e tudo indica, digamos, que a campanha presidencial para o próximo governo foi antecipada com essa proposta de referendo”. O governo de Petro é acusado de gerir mal a contestação do congresso à aprovação das reformas laboral e de saúde, com a convocação de um Dia Cívico que trouxe milhares para as ruas no passado dia 18 de março e a realização de uma consulta popular em perspectiva; isto, se o governo vier a conseguir apoios suficientes no Senado, o que, por ora, parece estar longe de alcançar.
O país das emoções tristes
Foi um sucesso nacional o livro de Mauricio García Villegas, “O País das Emoções Tristes”, em que o escritor e colunista, a partir do conceito formulado por Espinoza, “que na verdade tinha origem portuguesa. Ele dizia que havia algumas emoções como o ódio, a vingança, o ressentimento, a inveja, que eram emoções que acabavam por magoar as pessoas que as sentiam. E por isso uso este conceito de emoções tristes para o aplicar às sociedades e, em particular, à América Latina e à Colômbia, para mostrar como aqui houve muito boas ideias, muito boas constituições, muito bons projectos, muito boas iniciativas, mas muitas delas falharam, acabaram estragadas por emoções tristes, por brigas, por discussões, por querelas, por disputas entre líderes políticos em torno do que deve ser feito e do que tem de ser feito. Essas emoções tristes mataram muitas das melhores ideias que existiram na Colômbia”.
Pensando no mundo inteiro, com as redes sociais e a forma como comunicamos, Garcia-Villegas afirma que tudo se tornou “mais emocional, mais volátil, mais efémero, mais fugaz. E, sobretudo, mais passional e cada vez mais polarizado. E é isso que torna a política cheia de emoções tristes. O caso mais evidente é o dos Estados Unidos, mas também na Europa estamos a assistir à mesma coisa. Portanto, o que estamos a ver é uma espécie de latino-americanização dos EUA e da Europa, porque as emoções tristes sempre estiveram muito presentes na nossa história, mas agora estamos a vê-las em todo o lado e penso que em grande medida, devido às redes sociais e à forma como estamos a comunicar hoje em dia”. É o mundo das emoções tristes.
Assevera, na conversa com a TSF na varanda do apartamento do seu amigo de longa data e também escritor Hector Abad Faciolince (entrevista também na TSF e em TSF.pt em breve) que “em todas as sociedades (como nas pessoas), existe uma tensão interna entre, por um lado, aquilo a que Baruch Espinoza, chamava as emoções tristes, como o ódio, a vingança, o ressentimento, a inveja, o medo, e, por outro lado, as emoções amáveis ou plácidas, como a benevolência, a civilidade, a compaixão, o respeito e a simpatia. Cada país adopta um certo equilíbrio emocional entre estas duas gamas de valores emocionais, do qual deriva a sua identidade cultural, que é algo como o temperamento dos grupos sociais”. “Na Colômbia, tivemos demasiados conflitos que podiam ter sido resolvidos, mas acabaram em guerra; demasiados projectos que podiam ter sido realizados, mas acabaram perdidos em disputas entre facções; demasiados consensos que foram quebrados por rancores; demasiadas leis que ficaram enredadas em disputas; demasiadas boas intenções que foram arruinadas pelo ódio: em suma, demasiadas boas ideias estragadas por más emoções”, escreveu. E como se pode ler na contracapa do seu livro, “Em todos estes fracassos havia também muita injustiça social, despotismo, oligarquia, incapacidade administrativa e corrupção; mas todas estas tristezas teriam sido mais fáceis de ultrapassar se não tivessem sido envenenadas pelas fúrias da política, pelo fechamento emocional dos espíritos.
Para este académico e escritor colombiano, em entrevista à TSF, “não são emoções inatas, mas algumas emoções tristes têm tido um peso particularmente grande, sobretudo no mundo da política e da esfera pública. Isto deve-se em grande parte à nossa incapacidade de criar instituições estáveis e uma ordem legítima”.
O escritor antioquenho entende que a debilidade institucional na América Latina pode ser ultrapassada com mais legitimidade e mais ordem. Isso significa uma organização mais securitária da vida comunitária? Responde dizendo que “não apenas”, assumindo que “há uma tendência para, na ciência política, quem se situa mais à direita entender que a ordem e a segurança são o elemento fundamental e quem está à esquerda valorizar mais a legitimidade e a justiça social”. Ambos são importantes, “ordem e legitimidade”, enquanto garantes de funcionamento de uma sociedade democrática.
Mauricio nasceu na mesma região (departamento, segundo a organização político-administrativa da Colômbia) de Antioquia em Manizales, a 200 e poucos quilómetros a sul de Medellin, na chamada Zona Cafetera, próxima ao vulcão Nevado del Ruiz. A Colômbia é um país muito diversificado, mas também, fruto dessa diversidade, acaba por acentuar assimetrias já de si, muito significativas. “O Estado nunca chegou às regiões”, atira o escritor; aliás, vê nessa ausência do estado de muitas localidades no país o terreno fértil em que prosperou o narcotráfico e as estruturas do crime organizado. “Este continente não teve grandes conflitos internacionais e, por isso, os Estados olham pouco para as fronteiras. Na Colômbia, podemos fazer todas as reformas institucionais, mas enquanto não construirmos um Estado nas regiões, os problemas serão muito difíceis de resolver”.
Mas é esse mesmo Estado ausente das regiões, e consequentemente responsável por falta de desenvolvimento de certas regiões do território, que depois se vê na “necessidade de se aproximar de poderes locais e económicos para assegurar a estabilidade governativa”. Muitas vezes, esses laços passam por relações, pelo menos tácitas, com as máfias associadas ao narcotráfico, que, hoje em dia, praticam sobretudo a extorsão (particularmente a comerciantes), ainda que a violência armada não tenha cessado e tenha inclusive, recrudescido nos últimos oito meses, nomeadamente entre grupos dissidentes das FARC, com largas dezenas de mortos e milhares de deslocados internos, por exemplo em Santander, no nordeste do país, mas também em San José del Guaviare, na região amazónica, no sueste do país, entre as dissidências “Calarcá” e “Iván Mordisco”, grupos que não subcreveram o Acordo de Paz que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia assinaram com o estado em 2016.
Mauricio é atualmente professor na Faculdade de Direito e Ciência Política da Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá. Pretendo saber qual é a imagem que tem dos jovens deste país, a partir da sua experiência como professor. Estão apenas anestesiados pelas redes sociais e pelo discurso básico dos ‘influencers’, ou estão envolvidos e empenhados social e politicamente? “Bem, há as duas coisas, mas receio que haja muita perturbação, sobretudo muita agitação nos jovens, causada pelas redes sociais. Há cada vez mais estudos, sobretudo nos EUA, sobre o aumento da agitação e da depressão entre os jovens, especialmente nas escolas. Como resultado dos seus telemóveis e como consequência dos botões “like” e “share”, produzimos perturbações a médio prazo na mente dos jovens e até dos adultos, porque os telemóveis são basicamente viciantes. A tecnologia disponível nos telemóveis, nos computadores e nos ecrãs é viciante. Ao mesmo tempo, há envolvimento e há lutas, mas há pouca conversa. A minha preocupação é que a conversa está a ser estragada, está a ser diminuída, ou está a ser morta em favor da gritaria. Para conversar é preciso tempo, é preciso pausa, uma certa lentidão. É preciso honestidade intelectual e que cada uma das partes esteja disposta a aceitar ouvir os argumentos da outra. E as redes sociais não permitem isso. O que permitem é o impacto imediato e passageiro e um pouco de gritaria e de alarido. Quando há pouca conversa, há pouca serenidade, há pouca racionalidade e há um grande perigo de as decisões que se tomam serem contraproducentes e prejudiciais à sociedade”.
Como se supera esta realidade que parece não conhecer fronteiras? Um passo importante será ter consciência de que “a falta de espaços de encontro entre as classes sociais gera medos, ressentimentos e ignorância. Por isso, penso que devemos ter consciência de que somos um continente atrasado na educação, que é também uma forma de moderar o delírio, de dar um sentido de realidade. É um antídoto para as emoções tristes. A educação deve estar no centro dos contratos sociais”.
O editor de “Como Melhorar a Colômbia: 25 ideias para reparar o futuro”, insere-se num contexto latino-americano, em termos identitários: “Tendemos a considerar que somos todos muito diferentes aqui no continente, entre colombianos e venezuelanos, ou uruguaios e paraguaios mas quando saímos daqui e vamos para a Europa estudar ou trabalhar, sentimo-nos latino-americanos, somos todos muito parecidos entre os vários países. As nossas diferenças são menores do que as que existem entre os colombianos das diferentes regiões deste país. Temos a vantagem de ser um continente em que há apenas duas línguas, o espanhol e o português e nunca tivemos diferenças religiosas como existiram na Europa, que motivaram guerras durante séculos, mas falta uma verdadeira união no continente”. Falta então na América Latina uma união política como a União Europeia? “Absolutamente”, afirma o autor do mais recente livro de ensaios, El viejo malestar del nuevo mundo (Ariel, 2023). Um livro sobre a América Latina em que Garcia-Villegas retoma “uma ideia muito antiga, de meados do fim do século XVIII, que é o americanismo, uma ideia que foi inicialmente difundida pelos jesuítas que foram expulsos da Europa e depois por Humboldt, que passou por aqui, pela América Latina, e depois por Bolívar, e no século XIX por muitos líderes políticos e intelectuais. É a ideia de que este é um país que contém uma só nação. Nós, os latino-americanos fazemos parte da mesma nação, temos o mesmo passado, a mesma língua e estou a incluir o Brasil nisto. O português é uma língua muito próxima do castelhano, do espanhol. Infelizmente não existe uma política de bilinguismo português e espanhol na América Latina, que poderia ser facilmente alcançado se as crianças aprendessem um ano destas línguas na escola logo na primária, mas enfim. … O que quero dizer com isto é que temos a mesma cultura, os mesmos problemas de corrupção, de fraqueza do sector público, de fraqueza do Estado. Todos os países da América Latina têm problemas muito semelhantes. Não nos apercebemos dessa semelhança; só quando nós, latino-americanos, viajamos e vamos viver para a Europa ou para os EUA é que nos apercebemos dissoe é assim que os outros nos vêem. Quando os europeus vêem os latino-americanos, não fazem muita diferença entre um venezuelano e um colombiano e um peruano e um argentino. Por isso, penso que parte do problema da América Latina é a sua enorme dispersão e fragmentação em muitos países, com fronteiras totalmente artificiais que não fazem muito sentido”.
Será por isso que a América Latina é muitas vezes referida como o continente esquecido? “Diz-se ‘forgotten continent’ porque não tem uma política única e uma força única. Mas um dos desafios da América Latina é unir-se numa espécie de confederação semelhante ao que aconteceu na Europa; e na Europa aconteceu por causa das guerras. Na América Latina quase não houve guerras ou houve muito poucas guerras internacionais, houve foi muitas guerras civis, guerras internas. Mas a ausência de guerras internacionais não criou a consciência de que temos de nos unir e evitar que a guerra volte a acontecer, criando instituições que nos unam. Temos de difundir essa consciência de unidade na América Latina e temos de começar a promovê-la, e foi esse o sentido e a razão pela qual escrevi este livro, para resgatar essa velha ideia de americanismo”.
Então o que há, em suma, é uma falta de unidade política? “Há uma enorme falta de unidade política, e há, se me é permitido dizê-lo, uma espécie de individualismo estatal extremo. É algo incrível, o desconhecimento e o desprezo que os países latino-americanos têm uns pelos outros. Por exemplo, os colombianos sabem muito pouco sobre a Venezuela e os venezuelanos sabem muito pouco sobre a Colômbia. E mesmo em países tão semelhantes como o Uruguai e a Argentina, ou tão semelhantes como o Equador e o Peru, há uma tremenda falta de conhecimento e desprezo pelo que acontece para além das fronteiras, e os políticos aproveitam-se disso, sobretudo os políticos populistas, para acentuar a ideia de identidade nacional, como se cada um de nós ou cada um dos países fosse totalmente diferente dos outros. Mas isto são políticas, na minha opinião, prejudiciais e que não têm qualquer base cultural ou histórica”.
García Villegas assume que se vê “mais como latino-americano do que colombiano”: “Não sou assim de me entregar muito a sentimentos patrióticos”. Da mesma forma que se vê “menos colombiano e mais paisa”, como se chamam aos habitantes desta região de Antioquia, “talvez por uma certa nostalgia” da infância em Manizales.
