Os recentes ataques na Europa revelaram falhas na forma como a informação está a ser dada. Frank Furedi, especialista em sociologia do medo, diz que é hora de parar para analisar o clima criado.
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O professor da Universidade de Kent considera que vivemos tempos difíceis. Depois da estabilidade criada pela guerra fria o mundo está a enfrentar novas realidades mais assustadoras e intimidantes.
Frank Furedi lembra que pelo menos quando existia leste e ocidente os alvos de possíveis ataques davam alguma segurança: "Os alvos na altura eram mais estratégicos, militares e políticos. As pessoas não andavam a matar padres em igrejas ou atacavam discotecas".
O professor lembra que também as ameaças eram acompanhadas de forma diferente. As redes sociais mudaram muita coisa. Ele diz que as redes aceleraram e empolaram realidades que já existiam e fizeram com que muitos órgãos de informação fossem atrás, atropelando a credibilidade em nome da necessidade de informar. "Há nesta altura muita preocupação em relação ao futuro. As pessoas têm medo do que aí vem e tendem a viver no presente sem se aperceberem que o que importa não são os ataques ou a violência mas a forma como reagimos e lidamos com isso".