Médio Oriente, Ucrânia e China. Martins da Cruz destaca "três testes primordiais" de Trump na política externa
Em declarações à TSF, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros afirma que "a nova Administração Trump não vai ser como a primeira"
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O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros António Martins da Cruz considera que a nova Administração Trump será diferente da primeira. Em declarações à TSF, o antigo chefe da diplomacia portuguesa destaca os "três testes primordiais" do Presidente eleito na política externa.
"A nova Administração Trump não vai ser como a primeira. Para sabermos se o mundo vai ser diferente, vamos ter três testes primordiais na política externa da nova Administração Trump. O primeiro, que já começou a ter uma solução, é o Médio Oriente. Há uma solução onde Trump foi determinante para o cessar-fogo em Gaza. Mas vamos ver como se passa à segunda e à terceira fase do acordo e vamos ver o que se passa no Irão. O segundo teste é a Ucrânia e isto significa depois a NATO. O terceiro teste é a China. Vai prolongar-se uma espécie de guerra fria com a China, envolvendo taxas e outras coisas, ou vai haver um entendimento com a China? Eu acho que estes são os três testes principais: Israel e Médio Oriente, Europa com a Ucrânia e NATO e a China", afirma à TSF António Martins da Cruz.
No domingo à noite, num comício na véspera da cerimónia de posse, o Presidente eleito prometeu pôr fim à “invasão” que considera representar a imigração ilegal, um dos seus principais temas de campanha.
“Vamos acabar com a invasão das nossas fronteiras”, disse Trump, perante milhares de apoiantes reunidos no chamado 'Comício da Vitória'. O empresário que se tornará o 47.º Presidente dos Estados Unidos ao meio-dia desta segunda-feira (17h00 de Lisboa) prometeu emitir uma centena de ordens executivas no seu primeiro dia na Casa Branca.
Donald Trump toma esta segunda-feira posse como o 47.º Presidente norte-americano, numa cerimónia em Washington marcada pela presença de políticos internacionais populistas e de extrema-direita, mas com escassos responsáveis governamentais e sem líderes da União Europeia (UE).
O momento marcará o regresso à Casa Branca do político republicano, que venceu a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris, nas eleições presidenciais norte-americanas de 05 de novembro, depois de um primeiro mandato (2017-2021) e de ter falhado a reeleição, face à vitória de Joe Biden.