Médio Oriente, Ucrânia, Nigéria e "em todo o mundo": Papa apela ao diálogo, "único que pode levar a solução pacífica"
Este domingo, Leão XIV celebrou missa por ocasião do Jubileu do Desporto e afirmou que a prática desportiva “é um caminho para a construção da paz" e que "o mundo tem hoje uma grande necessidade disso, pois há muitos conflitos armados"
Corpo do artigo
O Papa Leão XIV apelou este domingo à paz no Médio Oriente, na Ucrânia e noutros locais do mundo, e lembrou o recente massacre na Nigéria, onde morreram cerca de 200 pessoas, a maioria abrigada numa missão católica.
“Continuemos a rezar pela paz no Médio Oriente, na Ucrânia e em todo o mundo", pediu o Papa na oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Leão XIV começou por referir a Birmânia, onde, “apesar do cessar-fogo, os combates continuam e causam mesmo danos nas infraestruturas civis”.
Instou todas as partes a seguirem “o caminho do diálogo, que é o único que pode levar a uma solução pacífica e estável”.
O chefe de Estado do Vaticano recordou ainda que na noite de sexta-feira para sábado, na cidade de Yelewata, estado de Benue, na Nigéria, “ocorreu um terrível massacre em que foram assassinadas com extrema crueldade cerca de 200 pessoas”.
“A maioria delas eram deslocados internos abrigados pela missão católica local", afirmou Leão XIV, que disse rezar “para que a segurança, a justiça e a paz prevaleçam na Nigéria, um país amado e tão afetado por diversas formas de violência".
O líder da Igreja Católica lembrou também as “comunidades cristãs rurais do Benim, vítimas de violência”, e a República do Sudão, “devastada pela violência há dois anos”.
“Renovo o meu apelo aos combatentes para que deixem proteger os civis e se envolvam no diálogo pela paz”, declarou Leão XIV, exortando “a comunidade internacional a redobrar os seus esforços para prestar, pelo menos, a ajuda essencial à população duramente atingida pela grave crise humana”.
Este domingo, o Papa celebrou missa por ocasião do Jubileu do Desporto e afirmou que a prática desportiva “é um caminho para a construção da paz” e que “o mundo tem hoje uma grande necessidade disso, pois há muitos conflitos armados".
Papa Leão XIV quer que desporto seja encontro entre povos
O Papa Leão XIV pediu este domingo que o desporto seja “instrumento de encontro entre povos, nas comunidades, nas escolas e na via profissional, e nas famílias”.
Na homília deste domingo celebrada na Basílica de São Pedro durante a missa do Jubileu do Desporto, que coincide com a celebração da Santíssima Trindade, o pontífice admitiu que “a união Trindade-Desporto não é comum”, porém, considerou, “a associação não é absurda”.
Leão XIV afirmou que o desporto consiste em “doar-se aos outros, ao próprio crescimento, aos fãs, aos entes queridos, aos treinadores, aos colaboradores, ao público, e até mesmo aos adversários” e enfatizou: “E, se alguém é verdadeiramente um atleta, isso é verdade independentemente do resultado.”
O Papa elogiou o facto do desporto, “numa sociedade marcada pela solidão” e pelo “individualismo exagerado, ensinar o valor da colaboração”, especialmente quando praticado em equipa.
“Desta forma, pode-se tornar um importante instrumento de encontro entre os povos, as comunidades, na escola e vida profissional, e nas famílias”, referiu.
Leão XIV acrescentou que “numa sociedade cada vez mais digital, na qual as tecnologias, embora aproximem pessoas distantes, muitas vezes distanciam as que estão próximas”, o desporto “valoriza o sentido do corpo, do espaço, do esforço, do tempo real”.
“Assim, diante da tentação de escapar para mundos virtuais, ajuda a manter uma conexão saudável com a natureza e com a vida concreta, único lugar onde se pratica o amor”, acrescentou.
Observando que “numa sociedade competitiva, onde parece que só os fortes e os vencedores merecem viver”, Leão XIV disse que o desporto “também ensina a perder, testando na arte da derrota”.
“Campeões não são máquinas infalíveis, mas homens e mulheres que, mesmo quando caem, encontram a coragem de se levantar”, afirmou.
Aos atletas, Leão XIV indicou que “a Igreja lhes confia uma missão maravilhosa: ser, nas atividades que realizam, um reflexo do amor da Trindade para seu próprio bem e dos seus irmãos”.