O presidente russo, Dmitri Medvedev, anunciou a decisão de parar com a operação russa na Geórgia, indicam as agências de notícias russas. Por seu lado, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, considerou que «seria melhor» se o presidente georgiano abandonasse o poder.
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O presidente russo anunciou, esta terça-feira, numa reunião com o ministro da Defesa, Anatoli Serdiukov, «ter tomado a decisão» de parar a operação militar russa «para levar o poder georgiano à paz».
«O objectivo da operação foi alcançado. A segurança dos nossos soldados de manutenção de paz e da população civil está estabelecida», acrescentou Dmitri Medvedev.
A porta-voz do Alto-comissário para as Relações Exteriores, Cristina Gallach, da União Europeia deu conta, pouco depois, de um telefonema de Medvedev para Javier Solana, em que o presidente russo confirmava esta intenção.
Entretanto, numa conferência de imprensa, o chefe da diplomacia russa afirmou que «seria melhor» que o presidente georgiano abandonasse o poder, muito embora tenha confirmado que a Rússia não vai tentar fazer cair o governo Mikheil Saakashvili.
«O senhor Saakashvili não pode ser nosso parceiro e seria melhor se ele partisse», indicou Sergei Lavrov, que acrescentou que não sabe se a Rússia tem a intenção de se encontrar e negociar com o presidente georgiano, uma vez que este «cometeu crimes contra os nossos cidadãos».
Lavrov foi ainda claro ao dizer que a Rússia não tem qualquer confiança no governo georgiano e que a única solução para o conflito actual é a retirada georgiana da Ossétia do Sul e a assinatura de um acordo que preveja o não uso da força por parte de Tbilissi.
O ministro russo reiterou ainda que a operação russa na Ossétia do Sul teve apenas como objectivo a restabelecimento da paz na região e a normalização da situação no terreno.
Estas declarações de Lavrov aconteceram no dia em que o presidente em exercício da OSCE, o ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês, Alexander Stubb, se encontrou, em Moscovo, com o seu homólogo russo.