Após um encontro com o primeiro-ministro britânico em Moscovo, o presidente russo recusou a possibilidade de Andrei Lugovoi ser extraditado, uma vez que a constituição russa não o permite.
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O presidente russo excluiu, esta segunda-feira, a possibilidade de o principal suspeito da morte do agente Alexandr Litvinenko, em Londres, ser extraditado.
Após um encontro com o primeiro-ministro britânico, que está de visita à Rússia, Dmitri Medvedev recordou que o «artigo 61º da constituição russa estabelece que um cidadão russo não pode ser extraditado para um país estrangeiro para aí ser julgado».
Dmitri Medvedev, que diz que há que respeitar os sistemas judiciários, frisou que «qualquer que seja o lugar ou a questão em que a questão [da extradição] seja levantada, a resposta será sempre a mesma: é impossível».
Questionado sobre se a recusa russa em extraditar Andrei Lugovoi, David Cameron confirmou que Londres e Moscovo não concordam nesta questão, mas «isso não significa que congelemos inteiramente as nossas questões».
«Se pudermos construir uma relação mais forte, penso que os dois países ganharão», acrescentou o chefe do governo britânico, numa conferência de imprensa conjunto com Dmitri Medvedev.
Cameron é o primeiro chefe do governo britânico a visitar a Rússia desde 2006, altura em que as relações entre Reino Unido e Rússia ficaram bastante tensas por causa do envenenamento de Litvinenko.
A questão levou a que Moscovo e Londres trocassem acusações duras entre si, tendo também ocorrido expulsões de diplomatas de ambos os lados.