Numa visita a Kiev, a chanceler alemã sublinha que a paz só vai ser conseguida quando as fronteiras estiverem devidamente controladas. Já o presidente ucraniano afirmou que o país vai fazer tudo para alcançar a paz, mas sem ser à custa da integridade territorial e da soberania do país.
Corpo do artigo
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou hoje ser «essencial» a integridade territorial da Ucrânia, um país que tem enfrentado atividade separatista na zona leste.
De visita à Ucrânia, a dirigente explicou, numa conferência de imprensa conjunta com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que o «significado» da sua deslocação é afirmar a posição do governo alemão de que a «integridade territorial é essencial».
Para Angela Merkel, a prioridade é encontrar uma solução diplomática aceitável para todos. A chanceler alemã não descarta novas sanções, caso a situação se agrave no terreno, mas garante que de momento não estão a ser consideradas novas medidas contra a Rússia.
Merkel lembrou, no entanto, que nada mudou na visão da Alemanha sobre o que o regime de Putin está a fazer, considerando que a anexação da Crimeia é errada e não está esquecida.
A chanceler alemã concorda com a vigilância da fronteira comum da Rússia com a Ucrânia pela OSCE. Só assim a líder alemã considera que um cessar-fogo será possível.
Por seu lado, Poroshenko afirmou que o seu país vai fazer tudo para alcançar a paz na região leste, mas sem ser à custa da integridade territorial e da soberania do país.
«É tempo para instalar a paz no Donbass (na região leste). O poder ucraniano vai fazer tudo, com os nossos parceiros europeus, para que isso aconteça, mas não à custa da soberania, integridade territorial e independência da Ucrânia », avisou Poroshenko.
O líder ucraniano afirmou que a visita da chanceler alemã a Kiev teve também como objetivo confirmar a prometida ajuda de 500 milhões de euros de doadores internacionais à reconstrução das regiões orientais do país, devastadas pela guerra.
Petro Poroshenko garante que a Ucrânia e a União Europeia têm uma posição coordenada e consensual que vai ser levada à cimeira de Minsk, na próxima terça-feira, e que conta com a participação do presidente russo, Vladimir Putin.