Mês de março mais quente da Europa. Península Ibérica é exceção e destaca-se por "série de tempestades e inundações"
O Copernicus, programa europeu de monitorização do clima, adianta que as temperaturas voltaram a bater recordes na Europa. Os mapas divulgados mostram grande parte de Portugal continental como uma das regiões mais afetadas pelas intensas chuvas de março
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O mês de março foi o mais quente da Europa, algo que contrasta com a chuva intensa e anormal registada na Península Ibérica, nomeadamente em Portugal. O boletim mensal do Copernicus, o programa europeu de monitorização do clima, sublinha que toda a Península Ibérica foi atingida por uma "série de tempestades, com inundações generalizadas". Já no resto da Europa, as temperaturas voltaram a bater recordes. Março foi também o mês em que a extensão do gelo marinho do Ártico registou os valores mais baixos dos últimos 47 anos: está 6% abaixo da média.
"Março de 2025 foi o mês de março mais quente da Europa, destacando mais uma vez como as temperaturas continuam a bater recordes. Foi também um mês com extremos de precipitação contrastantes em toda a Europa, com muitas zonas a registarem o março mais seco de que há registo e outras o mais chuvoso de que há registo, pelo menos, nos últimos 47 anos", afirma Samantha Burgess, líder estratégica para o clima do Centro Europeu de Previsão Meteorológica a Médio Prazo (CEPMMP), citada em comunicado.
Os mapas divulgados pelo Copernicus mostram grande parte de Portugal continental como uma das regiões mais afetadas pelas intensas chuvas de março.
No que toca ao resto do mundo, o Copernicus indica que “o tempo esteve mais seco do que a média na maior parte da América do Norte, no sudoeste, centro e leste da Ásia, no sudoeste da Austrália, em partes da África Austral e no sudeste da América do Sul”. O programa europeu de monitorização do clima adianta que "a temperatura média em solo europeu em março de 2025 foi de 6,03 graus Celsius, ou seja, 2,41 graus acima da média de março de 1991-2020, o que faz deste o março mais quente da Europa”.
Os especialistas notam também que este foi o segundo mês de março mais quente a nível global, com uma temperatura média do ar à superfície de 14,06 graus Celsius, 0,65 graus Celsius acima da média de 1991-2020 e 1,60 graus Celsius acima do nível pré-industrial para março.
Por outro lado, “verificaram-se condições mais húmidas do que a média no leste do Canadá, no oeste dos EUA, no Médio Oriente, em toda a Rússia e em partes da Ásia Central, no sudeste de África e no nordeste da Austrália”.
Relativamente à temperatura da superfície do mar, os peritos afirmam que em março foi registada uma média de 20,96 graus Celsius, "o segundo valor mais elevado registado para o mês, 0,12 graus Celsius abaixo do registo de março de 2024”.
No Ártico, o gelo marinho "atingiu a sua extensão mensal mais baixa para março nos 47 anos de registo por satélite, 6% abaixo da média". "Este é o quarto mês consecutivo em que a extensão do gelo marinho regista um mínimo histórico para esta época do ano. Como o gelo marinho do Ártico também atingiu a sua extensão máxima anual em março, este mês marcou o máximo anual mais baixo alguma vez registado na região", acrescenta o Copernicus.