Em causa está um decreto que terá beneficiado empresas do setor portuário.
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Michel Temer foi indiciado por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro e teve os seus bens bloqueados por decisão da polícia federal.
Em causa, o chamado decreto dos portos em que o ainda presidente da República é acusado de editar um decreto de acordo com interesses do setor portuário em troca de benefícios ilícitos.
Concluiu o delegado Cleyber Lopes que Temer, com influência sobre o porto da cidade de Santos há mais de 20 anos, ampliou de 25 para 35 anos a concessão a uma empresa que, em contrapartida, ofereceu pelo menos um milhão de reais, cerca de 225 mil euros, usados para a realização de obras na casa de uma das filhas do presidente.
Aliás, além de Michel Temer, também a sua filha Maristela e outras oito pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal. Maristela é só acusada de lavagem de dinheiro. Quatro dos indiciados tiveram penas de prisão decretadas e estão impedidos de se ausentar do país. Entre eles o Coronel Lima, um amigo de Temer de há mais de 30 anos.
O caso está agora nas mãos de um dos 11 ministros do supremo que, entretanto, pediu à Procuradoria-Geral da República para apresentar um parecer em até 15 dias.
As investigações partiram da delação dos donos da empresa de carnes, JBS. Um deles gravou Temer na cave do Palácio do Jaburu, a sua residência oficial, sem o seu conhecimento. Nesse caso, de Maio de 2017, foi então preso o assessor especial da presidência Rocha Loures, filmado a escapar de uma pizzaria com uma mala cheia de dinheiro.