O presidente do Brasil precisava do apoio de 172 parlamentares. Conseguiu 251 e o processo foi arquivado.
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A Câmara dos Deputados decidiu barrar a segunda denúncia, em menos de três meses, e impedir que o presidente fosse afastado do cargo e julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
A maioria dos parlamentares considerou que não há motivo, pelo menos por enquanto, para o presidente ser julgado pelos crimes de organização criminosa e obstrução de justiça de que era acusado pela Procuradoria-Geral da República.
Depoimentos de delatores da Lava-Jato, um áudio em que Temer surgia supostamente a sugerir a um empresário corrupto para que pagasse mesadas a prisioneiros em troca do seu silêncio e um vídeo em que o assessor especial do Planalto recebia uma mala de dinheiro desse mesmo empresário, não bastaram para convencer os deputados.
O argumento mais usado pelos parlamentares ao declararem o seu voto foi que votavam a favor de Temer em nome da estabilidade e da economia. Mas para conseguir convencer uma parte dos deputados, Temer teve de puxar os cordões à bolsa: muitos dos parlamentares só defenderam o presidente em troca de verbas milionárias para os seus círculos eleitorais ou de cargos públicos.
O dia da votação foi tenso, com a oposição a tentar atrasar a votação e os apoiantes do governo a fazer os possíveis por resolvê-la. Mas o momento de maior tensão surgiu quando foi noticiado que Temer tinha sido hospitalizado. De facto, por uma indisposição renal, o presidente chegou a fazer exames hospitalares mas, segundo nota do Planalto, já está recuperado.