Mil dias de resistência: Bruxelas ilumina-se em apoio à Ucrânia. Borrell diz que "é altura de a Europa agir"
Josep Borrell alerta que “cada passo da Rússia que fica sem reação encoraja Putin a intensificar ainda mais a guerra”
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Os edifícios das instituições da União Europeia iluminaram-se, na noite desta segunda-feira, com as cores da bandeira da Ucrânia, para assinalar a passagem do milésimo dia de resistência à invasão russa.
No interior do edifício Justus Lipsius, o chefe da diplomacia europeia comentou, no início da noite, os “mil dias” de resistência ucraniana. “[Vladimir] Putin acreditava que isto ia durar duas semanas, era esse o plano: em poucas semanas [estariam] em Kiev, mas, mil dias depois, continuam a lutar no Donbass.”
No entanto, Josep Borrell considera que as intenções de Vladimir Putin não mudaram e continuam a ser a subjugação da Ucrânia. “Putin não parece estar pronto para negociar, está antes preparado para escalar a guerra, para alcançar os seus objetivos, e os seus objetivos estão claros desde o início: conquistar, ocupar e subjugar a Ucrânia”, afirmou Borrell, considerando que, caso não haja reação da parte da UE, será um incentivo a Vladimir Putin.
“Temos de evitar que isto aconteça impunemente. Pois, é claro que cada passo que fica sem reação encoraja a Rússia a intensificar ainda mais a guerra. Sem reação, temos mais escalada da guerra”, afirmou o alto representante para a Política Externa, lamentando que o bloco europeu não tenha reagido mais cedo, contra uma guerra que, na realidade, leva mais tempo do que os mil dias que são assinalados esta terça-feira.
“São mais de mil. Já se passaram 4000 dias desde que Putin atacou a Ucrânia pela primeira vez. Foi em 2014. Talvez a nossa resposta devesse ter sido mais firme, mais forte desde o início, desde 2014”, afirmou o chefe da diplomacia, considerando que é altura de assumir a responsabilidade que lhe cabe.
“É altura de a Europa agir. É altura de a Europa assumir as suas responsabilidades estratégicas perante uma Ucrânia que está a ser atacada, como ontem foi atacada por esta vaga de mísseis lançada apenas para nos fazer entender quais são os verdadeiros propósitos do Kremlin”, defendeu.