A polícia usou gás lacrimogéneo contra os manifestantes que esta sexta-feira pediram nas ruas a saída do Presidente do país. Protestos têm crescido nas últimas semanas e parecem não ter fim à vista.
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Um milhão de pessoas saíram, às ruas na Argélia, esta sexta-feira, para exigir a demissão do presidente Abdelaziz Bouteflika.
A polícia argelina está a recorrer a gás lacrimogéneo e canhões de água para tentar dispersar os manifestantes que se concentram no centro da capital Argel pela sexta semana consecutiva para exigir a demissão do presidente Abdelaziz Bouteflika.
Esta é a maior manifestação contra o Presidente argelino das últimas seis semanas, que tiveram inicio quando Boutefllika, gravemente doente, anunciou que iria concorrer a um quinto mandato.
Já com a contestação nas ruas, o Presidente decidiu recuar e promete não ir a eleições, mas a garantia parece já não importar aos argelinos. Nas ruas continuam a pedir ao Presidente que abandone o cargo e prometem não parar "até que caia o regime".
Os manifestantes tambémcontestam o chefe do Exército, o general Ahmed Gaid Salad, apontado com uma das figuras mais "duras" do círculo próximo do Presidente. O general Salad propôs inabilitar o chefe de Estado por motivos de saúde, mas a oposição não concorda, acusando os militares de quererem manter no poder a "cúpula do Presidente".
Entretanto, juntaram-se às manifestações membros da Frente Nacional de Libertação, partido no poder desde a independência em 1962 e do partido aliado Reagrupamento Nacional Democrata.