Milhares de iemenitas participaram hoje no enterro do governador de Sanaa, Abdel Qader Hilal, morto com mais 140 pessoas.
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Entre gritos de protesto como "Não há outro Deus senão Alá e os sauditas são inimigos de Alá", os participantes transportaram o caixão de Hilal desse a Grande Mesquita, na zona antiga da cidade, até ao cemitério.
Hilal era membro do partido Conferência Popular Geral, dirigido pelo ex-Presidente iemenita Ali Abdallah Saleh, aliado dos rebeldes xiitas 'huthis' e que domingo clamou vingança contra a Arábia Saudita, líder da coligação árabe que intervém no Iémen.
No domingo, milhares de manifestantes concentraram-se frente à sede da ONU, convocados pelos rebeldes 'huthis', para condenar o ataque, onde segundo diversas fontes também provocou ferimentos no ministro do Interior do governo dos rebeldes, Yalal al-Ruishan.
No protesto foram entoados cânticos contra a coligação árabe e contra os Estados Unidos.
A coligação dirigida por Riade tem negado responsabilidade pelo massacre e prometeu uma investigação.
O ataque, em que mais de 500 pessoas ficaram feridas, foi dirigido contra um edifício público onde decorriam as cerimónias fúnebres da mãe de al-Ruishan, e num momento em que cerca de 1.000 pessoas apresentavam condolências aos familiares.
De acordo com a ONU a guerra no Iémen, em particular desde o início da intervenção militar da coligação dirigida pelos sauditas em março de 2015, já provocou 6.700 mortos, com mais de 80% da população a necessitar de urgente ajuda humanitária.
ONU
Entretanto o enviado especial da ONU para o Iémen pediu hoje a rápida divulgação dos resultados do inquérito da coligação árabe sobre o mortífero ataque de sábado na capital Sanaa, e que os responsáveis compareçam perante a justiça.
"É necessário fazer tudo para que os autores destes odiosos ataques compareçam perante a justiça", declarou Ismaïl Ould Cheikh Ahmed após um encontro em Paris com o chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayraul.
"É necessário que conheçamos muito rapidamente os resultados do inquérito em curso", acrescentou o emissário da ONU.
Os 'raides' aéreos atingiram um local público onde decorria uma importante cerimónia fúnebre na capital iemenita, controlada pelos rebeldes xiitas 'huthis' e aliados, provocando mais de 140 mortos e 525 feridos, segundo a ONU.