Embaixada está localizada numa zona ultra segura chamada Zona Verde de Bagdad, o que não impediu que os manifestantes passassem todos os postos de controlo.
Corpo do artigo
Milhares de manifestantes atacaram, esta terça-feira, a embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Bagdad, queimando bandeiras, derrubando câmaras de vigilância e gritando "morte à América", após ataques mortais americanos a um grupo armado iraquiano pró-iraniano.
As forças americanas dispararam gás lacrimogéneo e granadas de choque para dispersar os milhares de combatentes e apoiantes paramilitares iraquianos pró-iranianos que entraram no complexo da embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Bagdad, no Iraque. De acordo com a Reuters, há pelo menos dois militares iraquianos feridos.
O Presidente dos EUA acusou, no Twitter, o Irão de ter orquestrado o ataque na embaixada.
Iran killed an American contractor, wounding many. We strongly responded, and always will. Now Iran is orchestrating an attack on the U.S. Embassy in Iraq. They will be held fully responsible. In addition, we expect Iraq to use its forces to protect the Embassy, and so notified!
- Donald J. Trump (@realDonaldTrump) December 31, 2019
Mike Pompeo falou ao telefone com vários responsáveis iraquianos e recebeu a indicação de que as autoridades do país estão conscientes das responsabilidades, fazendo tudo para defender as infraestruturas e os americanos que permanecem no território iraquiano.
A atuação das forças americanas foi de resposta ao ataque à embaixada dos EUA em Bagdad que ocorreu após participantes da procissão fúnebre de 25 combatentes mortos nos ataques aéreos de domingo no Iraque terem conseguido passar por todos os postos de controlo de ultra segura Zona Verde de Bagdad, onde a embaixada está localizada.
BREAKING VIDEO: Video shows U.S. embassy military guards remain at U.S. Embassy in Baghdad as attack on embassy is underway pic.twitter.com/b0irLIHKJ4
- LIVE Breaking News (@NewsBreaking) December 31, 2019
Depois de invadirem o complexo da embaixada, partindo a porta principal e ateando fogo a uma área de receção, os manifestantes queimaram bandeiras, derrubaram câmaras de vigilância e gritaram "morte à América", na sequência dos ataques mortais americanos a um grupo armado iraquiano pró-iraniano.
As forças de segurança iraquianas intervieram às portas da embaixada e os manifestantes tornaram-se violentos, segundo a agência de notícias AFP, indicando que as forças americanas dispararam gás lacrimogéneo e granadas de choque para dispersar os milhares de combatentes e apoiantes paramilitares iraquianos pró-iranianos que entraram no complexo da embaixada.
Security forces #US inside the embassy reception office. On the other side of the window is the protesters. #Bagdad #Iraq pic.twitter.com/jF3aHrJYre
- Strategic News (@StrategicNews1) December 31, 2019
Os manifestantes são homens de uniforme de combatentes do Hachd al-Chaabi, uma aliança de paramilitares dominados por fações xiitas pró-iranianas às quais pertencem as brigadas do Hezbollah, a fação alvo dos ataques, mas também mulheres agitando bandeiras iraquianas e do Hachd.
Carregando cartazes a defender que "o parlamento deve libertar as tropas americanas, caso contrário, vamos libertá-las" e "fechar a embaixada americana em Bagdade", os manifestantes gritaram "a América é o grande Satanás".
O sentimento antiamericano foi reacendido por ataques em retaliação pela morte de um empreiteiro americano num ataque de foguete contra uma base iraquiana, não reclamado, mas atribuído por Washington à fação xiita das brigadas do Hezbollah.
Des manifestants attaquent l'ambassade américaine à #Bagdad
- (@posoflu78) December 31, 2019
Les manifestants se sont rassemblés mardi pour protester contre des raids américains meurtriers, visant un groupe armé irakien pro-iranien. #Irak pic.twitter.com/pIj9ALVk4x
Hachd al-Chaabi, que ajudou o governo iraquiano na luta anti jihadista, foi integrado às forças regulares.
No domingo, pelo menos 25 combatentes morreram nos ataques de retaliação dos EUA na fronteira entre o Iraque e a Síria, anunciou uma milícia apoiada pelo Irão, que prometeu vingança pela "agressão dos corvos americanos do mal".
#ÚLTIMAHORA La agencia @AFP dice que miles de manifestantes atacan la embajada de Estados Unidos en #Bagdad y queman banderas a sus puertas tras los bombardeos contra #Hezbolá. pic.twitter.com/yZWNzUMvLy
- eSPAINews (@eSPAINews) December 31, 2019
Os ataques perto de Alcaim, uma cidade iraquiana na fronteira com a Síria, onde as Brigadas do Hezbollah no Iraque e na Síria combatem ao lado do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, provocaram "25 mortos e 51 feridos - combatentes e comandantes - e o balanço ainda pode aumentar", indicou a Hachd al-Shaabi, organização de milícias paramilitares formada para combater o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
As brigadas, também conhecidas como Kataeb Hezbollah, são uma força independente do grupo libanês com o mesmo nome e operam sob um conjunto de milícias, muitas apoiadas pelo Irão, conhecidas coletivamente como Forças Populares de Mobilização.
Os Estados Unidos culparam aquela milícia de ter disparado foguetes na sexta-feira que mataram um empreiteiro do Departamento da Defesa norte-americano num complexo militar perto de Kirkuk, no norte do Iraque.