Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas na Síria, em particular em Hama, onde pelo menos 34 pessoas foram mortas pelas forças de segurança.
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Os manifestantes eram mais de 50 mil em Hama, cidade a 210 quilómetros a norte de Damasco, declarou à France Presse Rami Abdel-Rahmane, director do Observatório dos Direitos Humanos sírio, naquela que é considerada a maior mobilização contra o regime desde o início da contestação em Março.
Os serviços de segurança abriram fogo para dispersar os manifestantes, provocando pelo menos 34 mortos e dezenas de feridos, alguns em estado grave, referiu Abdel-Rahmane. Um activista da cidade descreveu o ocorrido como «um verdadeiro massacre».
«As manifestações de hoje são as mais importantes desde o início do movimento e isto apesar da amnistia anunciada pelo presidente Bashar al-Assad, o que mostra que as pessoas já não têm confiança no regime», adiantou Abdel-Rahmane.
A televisão oficial assinalou a morte em Hama de «três sabotadores, mortos em confrontos com a polícia quando atacavam um edifício governamental» e a agência Sana anunciou que 80 membros das forças da ordem ficaram feridos.
A manifestação em Hama reuniu «perto de 10 mil pessoas», segundo a televisão, mas na versão da Sana houve «centenas» de manifestantes.
Em 1982, uma terrível repressão fez 20 mil mortos em Hama, quando a Irmandade Muçulmana se insurgiu contra o regime de Hafez al-Assad, pai do actual presidente.