A demissão de Nicolas Hulot espoletou a união dos franceses em torno do tema das alterações climáticas.
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Milhares de franceses mostraram, esta tarde, que estão preocupados com o planeta. A Marcha do Clima em Paris surge depois da demissão do antigo ministro da ecologia francês, Nicolas Hulot, que questionou a capacidade dos franceses se unirem e manifestarem contra as alterações climáticas.
Em frente à Câmara Municipal de Paris encontra-se um balāo preto, símbolo de luto pela estado atual do planeta. Este foi o ponto de encontro que juntou milhares de pessoas que apelam, esta tarde, com cartazes ou fatos temáticos a mais políticas ecológicas e a um comportamento mais verdes. Frases como "Fartos das vossas histórias com um caracol símbolo do declínio" podiam ler-se nos cartazes.
"Será que existe uma sociedade que saia à rua para defender a biodiversidade?", questionou o antigo ministro da ecologia na entrevista radiofónica onde anunciou a demissão. Em resposta, os franceses mostram este sábado que sim e é importante que o façam, afirma o vereador da Câmara Municipal de Paris, Hermano Sanches Ruivos.
A marcha contou com participantes de todas as idades com um mote em comum: pensar no futuro do planeta como alertou uma das manifestantes: "é preciso pensar nas pessoas acima de tudo, a terra é o nosso bem mais precioso. Eu que sou avó questiono-me: 'o que vamos deixar aos nosso netos?' São eles que vão sofrer com as tempestades aqui em França, são eles que vão viver isso tudo e vão viver esta tragédia. E nós somos testemunhas do que já está a acontecer. É preciso alertar os mais novos e os políticos", afirmou.
Muitos manifestantes recordam que foi na capital francesa que se assumiram compromissos com o acordo de Paris em 2015, mas que pouco ou nada foi feito.