Milhares de pessoas no funeral de Francisco: o último adeus a um "Papa no meio do povo"
O chefe da Igreja Católica morreu aos 88 anos. Pelo menos 400 mil pessoas estiveram presentes no funeral este sábado
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O funeral do Papa Francisco decorreu, este sábado, com a presença de milhares de fiéis e dezenas de líderes mundiais, como os presidentes de Portugal, dos EUA, de França, Itália, Brasil e Argentina, algo que levou as autoridades a reforçarem a segurança na cidade de Roma. Pelo menos 400 mil pessoas participaram estiveram presentes, na Praça de São Pedro e ao longo da procissão pelas ruas de Roma.
A cerimónia começou na Praça de São Pedro com a missa exequial, presidida pelo cardeal italiano Giovanni Batistta Re, que afirmou que Francisco "foi um Papa no meio do povo, com um coração aberto a todos", atento ao que "de novo estava a surgir na sociedade".
Posteriormente, num cortejo que passou pelos pontos mais emblemáticos de Roma, a urna de Francisco foi transportada num papamóvel adaptado até à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde o corpo foi sepultado.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou este sábado que o próximo conclave vai escolher entre "um Papa de transição" ou um líder da Igreja Católica "tão inovador e tão de rutura" como foi Francisco.
"[Ou] é um Papa de transição, que aconteceu com João Paulo II e depois Bento XVI, ou é um Papa tão inovador e tão de rutura como Francisco. Normalmente não há dois seguintes a ser, mas pode ser que sim", afirmou o chefe de Estado.
O cortejo fúnebre com a urna do Papa Francisco acaba de chegar à Basílica de Santa Maria Maior, onde o corpo vai ser sepultado. A cerimónia de sepultamento será privada.
Começa o cortejo fúnebre. A urna do Papa Francisco sai da Basílica de São Pedro e é agora transportada num papamóvel adaptado até à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde ficará sepultado.
O percurso pela cidade de Roma terá uma distância de cerca de seis quilómetros e levará o corpo de Francisco a passar por locais como a Praça Veneza, os Fóruns Imperiais e o Coliseu. Segundo indicação dos serviços do Vaticano, prevê-se que o percurso entre o Vaticano e a Basílica de Santa Maria Maior demore perto de meia hora.
Em Santa Maria Maior, o túmulo, feito em mármore de origem da Ligúria, região no noroeste de Itália, apresentará a inscrição "FRANCISCUS", o nome do Papa em latim, e a reprodução da sua cruz peitoral. Fica localizado numa das naves laterais da Basílica, entre a Capela Paulina (onde se encontra o ícone bizantino do século VI Salus Populi Romani, que retrata Maria com Jesus ao colo) e a Capela Sforza, junto ao altar de São Francisco.
A missa no Vaticano já terminou. A urna é levada novamente para dentro da Basílica de São Pedro para o início do cortejo fúnebre. Agora, tocam os sinos de todas as igrejas de Roma.
Segundo números avançados pelo Vaticano, citado pela AFP, mais de 250 mil pessoas estiveram presentes nas cerimónias na Praça de São Pedro.
O caixão será transportado num papamóvel adaptado para o efeito para a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde ficará sepultado.
A ação do Papa Francisco em favor dos migrantes e refugiados, bem como os seus esforços em prol da paz, foram destacados na homilia da missa do seu funeral, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
"São inúmeros os seus gestos e exortações a favor dos refugiados e deslocados. Constante foi também a sua insistência em agir a favor dos pobres", disse o cardeal Giovanni Battista Re na leitura da homilia.
Segundo o cardeal italiano, "é significativo que a primeira viagem do Papa Francisco tenha sido a Lampedusa, ilha símbolo do drama da imigração, com milhares de pessoas afogadas no mar".
"Na mesma linha se inscreve a viagem a Lesbos, com o Patriarca Ecuménico e o Arcebispo de Atenas, e a celebração de uma missa junto da fronteira mexicana com os Estados Unidos, por ocasião da sua viagem ao México", disse o cardeal decano do colégio cardinalício perante uma assembleia onde pontificava o Presidente norte-americano Donald Trump,
O cardeal Re fez ainda questão de evocar as "47 cansativas" viagens apostólicas do Papa Francisco, dando relevo à que "fez ao Iraque em 2021, desafiando todos os riscos".
"Essa difícil Visita Apostólica foi um bálsamo para as feridas do povo iraquiano, que tanto tinha sofrido com a ação desumana do Estado Islâmico. Foi uma viagem importante também para o diálogo inter-religioso, outra dimensão relevante do seu trabalho pastoral", afirmou.
Também as visitas a quatro nações da Ásia-Oceania, em 2024, a levarem o Papa "à periferia mais periférica do mundo", mereceram referência na homilia, onde foi sublinhada a sua luta contra a "cultura do descarte".
As suas encíclicas, como a Fratelli Tutti, com a qual "pretendeu reanimar a aspiração mundial à fraternidade", ou a Laudato SI, chamando a atenção "para os deveres e a corresponsabilidade em relação à 'casa comum'", ou a sua defesa de que "ninguém se salva sozinho", foram também referidas na homilia do cardeal italiano.
Giovanni Battista Re não deixaria, também, de sublinhar o papel do Papa nos apelos à paz.
"Perante o eclodir de tantas guerras nos últimos anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o Papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez, a uma negociação honesta para encontrar soluções possíveis, porque a guerra -- dizia ele -- é apenas morte de pessoas e destruição de casas, hospitais e escolas", disse o presidente da cerimónia.
A finalizar a homilia, Re lembrou que "construir pontes e não muros" foi uma expressão muito repetida por Francisco.
Bom dia,
Abrimos este liveblog para acompanhar as reações à morte do Papa Francisco.
O chefe da Igreja Católica tinha 88 anos.
Foi o primeiro jesuíta a liderar a Igreja Católica, o primeiro papa sul-americano e o primeiro bispo de Roma a presidir ao funeral do antecessor. Natural de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio foi uma figura de destaque no mundo inteiro.
O presidente da Assembleia da República manifestou esta segunda-feira profunda tristeza pela morte do Papa Francisco, considerando que o seu pontificado foi para a Igreja e para o mundo um sinal de fraternidade, paz e misericórdia.
Em declarações à agência Lusa, José Pedro Aguiar-Branco expressou “profunda tristeza pela morte do Papa Francisco”.
O seu pontificado foi para a Igreja e para o mundo um sinal de fraternidade, paz e misericórdia. A melhor homenagem que podemos prestar é garantir que as suas palavras continuam a ser um exemplo
O anúncio da morte do Papa Francisco foi feito, esta segunda-feira, pelo Vaticano, através do cardeal Kevin Ferrell.
"Às 07h35 desta manhã [06h35 em Lisboa], o bispo de Roma, Francisco, regressou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja″, disse Farrell no anúncio.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, recorda o Papa Francisco como "uma voz corajosa em defesa da justiça social, da dignidade humana e da paz".
Foi um Papa dos pobres, dos excluídos, dos que não têm voz. Um defensor incansável do ambiente, da solidariedade entre os povos e da necessidade de uma economia mais justa. O seu legado ficará para sempre inscrito na história do nosso tempo.
Manuel Vilas Boas, especialista em assuntos religiosos da TSF, lamenta a morte do Papa Francisco: "Era tão Papa da Igreja Católica como, de certo modo, de um mundo que recebia com muita persistência a sua mensagem."
O mundo, considera, "era acolhido por este Papa de modo muito especial". Francisco "era a surpresa deste mundo", afirma, sublinhando que o Papa "esteve disponível para a mudança".
Os presidentes dos EUA, França, Itália, Brasil, Argentina e Portugal, assim como os reis de Espanha, são alguns dos chefes de Estado presentes na praça de São Pedro a assistir ao funeral do Papa Francisco.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, e a primeira-dama, Melania, prestaram homenagem ao Papa na Basílica de São Pedro, antes de se dirigirem para a praça como mesmo nome, onde decorrerá o funeral.
Os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos encontraram-se este sábado em Roma, à margem do funeral do Papa Francisco, numa altura em que Donald Trump está a pressionar um rápido cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia.
"A reunião ocorreu e já terminou", disse aos jornalistas o porta-voz presidencial ucraniano, Sergei Nykyforov, escusando-se a mais detalhes.
Por seu lado, a Casa Branca disse que os dois chefes de estado tiveram uma reunião "muito produtiva".
"O Presidente Trump e o Presidente Zelensky encontraram-se hoje [este sábado] em privado e tiveram uma reunião muito produtiva", disse o diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung, remetendo detalhes para mais tarde.
O cardeal Giovanni Batistta Re afirmou este sábado que Francisco "foi um Papa no meio do povo, com um coração aberto a todos", atento ao que "de novo estava a surgir na sociedade".
Na homilia da missa do funeral do Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o decano do colégio cardinalício sublinhou que "a manifestação popular de afeto e adesão, (...) nos últimos dias", após a sua morte, mostram "quanto o intenso pontificado do Papa Francisco tocou mentes e corações".
"Com o vocabulário que lhe era característico e com a sua linguagem rica de imagens e metáforas, procurou sempre iluminar os problemas do nosso tempo com a sabedoria do Evangelho, oferecendo uma resposta a luz da fé e encorajando-nos a viver como cristãos os desafios e as contradições destes anos cheios de mudanças, que ele gostava de descrever como uma 'mudança de época", disse o cardeal Re perante uma Praça de São Pedro cheia de fiéis anónimos e membros de mais de centena e meia de delegações oficiais.
Na Praça de São Pedro, o Presidente norte-americano cumprimentou alguns dos presentes, entre os quais o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, a quem dirigiu umas palavras.
O Presidente italiano, Sergio Mattarella, acompanhado da sua filha Laura, também fez uma pausa para rezar diante do caixão de Francisco.
O Presidente francês, Emmanuel Macron e a mulher, Brigitte Macron, curvaram-se perante o caixão, prestando homenagem ao pontífice argentino, tal como já tinham feito na sexta-feira à noite, à chegada a Roma.
Também o rei e a rainha de Espanha deslocaram-se esta manhã à Basílica de São Pedro para homenagear Francisco, minutos antes de tomarem lugar na praça para assistir às exéquias.
Felipe VI e Letizia foram acompanhados pela delegação espanhola que se deslocou à Cidade do Vaticano para assistir à cerimónia, que inclui as vice-presidentes María Jesús Montero e Yolanda Díaz, o ministro da Presidência, Félix Bolaños, e o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo.
O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao funeral acompanhado da mulher, Rosangela, tendo entrado na praça do Vaticano pouco depois do Presidente argentino, Javier Milei, e poucos minutos antes do início do funeral solene e com sinos ao fundo.
Também presentes na Praça de São Pedro para assistir ao funeral estão já a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, a presidente do Conselho Europeu, Ursula Von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e o antigo Presidente dos EUA Joe Biden.
Num contexto de intensas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia, Donald Trump e Ursula von der Leyen trocaram um aperto de mão e breves palavras na Praça de São Pedro.
O Vaticano, citado pela AFP, adianta que o funeral do Papa Francisco, que morreu na segunda-feira, conta com a presença de 200 mil pessoas.
Milhares de fiéis anónimos e mais de uma centena meia de delegações oficiais estrangeiras assistem, na Praça de São Pedro, no Vaticano, às exéquias do Papa Francisco, presididas pelo decano do colégio cardinalício, Giovanni Batistta Re.
As cerimónias iniciaram-se com o rito de entrada, com a deposição do caixão com o corpo do pontífice argentino frente ao altar do recinto, quanto era entoada em latim a antífona "Concedei-lhe, Senhor, o descanso eterno e fazei brilhar sobre ele uma luz perpétua".
A missa exequial conta com cerca de 980 concelebrantes - cardeais, bispos e sacerdotes - e deverá durar uma hora e meia.
Durante a cerimónia litúrgica, a Oração dos Fiéis terá uma das preces em língua portuguesa, segundo o guião disponibilizado pelo Vaticano.
"Pelos povos de todas as nações: que, praticando incansavelmente a justiça, possam estar sempre unidos no amor fraterno e busquem incessantemente o caminho da paz", é a oração proferida em português.
Os sinos da Basílica de São Pedro tocam antes do início do funeral do Papa Francisco. Segundo a BBC, a cerimónia está prestes a começar e perto de cem mil pessoas enchem as ruas em redor do local.
O funeral do Papa Francisco já começou, com a urna a ser transportada para a Praça de São Pedro
O funeral do Papa Francisco decorre este sábado, seis dias após a sua morte, numa cerimónia que será acompanhada por milhares de fiéis e dezenas de chefes de Estado e líderes de organizações, o que implicou medidas de segurança extraordinárias.
As cerimónias fúnebres do líder da Igreja Católica, que morreu na segunda-feira passada aos 88 anos, vítima de AVC, começam às 10h00 locais (menos uma hora em Lisboa) na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Cerca de 50 chefes de Estado e de uma dezena de monarcas, bem como líderes de organizações internacionais, num total de mais de 160 delegações internacionais, estarão presentes na cerimónia, que exigiu medidas reforçadas de segurança na região da capital italiana, Roma.
Entre os dignitários presentes, incluem-se Donald Trump (Estados Unidos) e o seu antecessor Joe Biden, António Guterres (Nações Unidas), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Volodymyr Zelensky (Ucrânia), ou os Reis Felipe VI e Letizia (Espanha). O chefe de Estado russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, serão dos poucos líderes internacionais ausentes.
Portugal será representado pelas três mais altas figuras do Estado - o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro -, bem como pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
Cerca de 250 mil pessoas foram à Basílica de São Pedro, em Roma, para se despedirem do Papa Francisco, cuja urna está exposta junto ao altar, anunciou esta sexta-feira a Santa Sé.
“Desde a manhã de quarta-feira, 23 de abril, às 11h00, até às 19h00 de hoje [sexta-feira], cerca de 250 mil pessoas deslocaram-se à Basílica de São Pedro para prestar homenagem ao Papa Francisco”.
O cónego português António Saldanha, da Basílica romana de Santa Maria Maior, será um dos poucos a acompanhar o sepultamento privado do Papa este sábado, cujo caixão guarda uma nota biográfica oficial que refere o seu combate aos abusos sexuais.
“Para mim este é um capítulo da incontornável história”, disse à Ecclesia o sacerdote, que integra o capítulo que gere Santa Maria Maior, uma das quatro basílicas papais e aquela que Francisco escolheu para ser a sua sepultura final.
“Como português e como padre, sinto-me particularmente feliz, embora a circunstância seja a de acompanhar os últimos atos públicos das cerimónias fúnebres do Papa Francisco”, explicou o sacerdote açoriano do Faial.
António Saldanha recordou a devoção mariana de Francisco, salientando que, “antes de ser Papa, já visitava a Basílica na qualidade de bispo, também na qualidade de sacerdote e de jesuíta”.
“É natural que um latino seja devoto a Nossa Senhora, por razões históricas, por razões ligadas também à tradição da evangelização naquele contexto. Portanto, penso que é um epílogo muito feliz, de toda uma série de atos, de momentos, que ele viveu naquela basílica”, que visitou 126 vezes, na qualidade de Papa.
O caixão foi selado na sexta-feira à noite e no seu interior foi colocado um documento oficial, que conta a sua história de Francisco, validada pela Santa Sé e que é uma tradição do Vaticano para deixar às gerações futuras o perfil do pontífice.
Na cerimónia na Praça de São Pedro, os líderes mundiais ficarão sentados por ordem alfabética, com os lugares da frente reservados para as autoridades italianas, nomeadamente o Presidente, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra, Giorgia Meloni, bem como para Javier Milei, chefe de Estado da Argentina, país natal do Papa.
O Ministério do Interior italiano estima em 200 mil o número de fiéis que assistirão às cerimónias fúnebres de Francisco. Para o próximo conclave - ainda sem data marcada - e a eleição do novo Papa, esse número sobe para 250 mil.
A dimensão da cerimónia obrigou a medidas de segurança extraordinárias, com 11 mil soldados e membros das forças de segurança mobilizados, sem contar com as equipas das delegações internacionais.
As Forças Armadas italianas anunciaram um reforço da segurança com um sistema anti-drone, caças e um contratorpedeiro na costa de Fiumicino, perto do principal aeroporto de Roma. O imponente dispositivo de segurança para o funeral de Francisco inclui ainda uma zona de exclusão aérea e controlos exaustivos nos aeroportos e estações.
Após as cerimónias na Praça de São Pedro, o cortejo fúnebre segue depois, num percurso de seis quilómetros, até à Basílica de Santa Maria Maior, onde Francisco escolheu ser sepultado, num momento que será privado, a seu pedido.
Nas escadarias desta basílica, e para prestar a última homenagem ao pontífice, estará um grupo de pessoas, cerca de 40, que será integrado por pessoas pobres e necessitadas, sem-abrigo, migrantes, presos e transgéneros, a representar temas centrais do pontificado de 12 anos de Francisco.
O cardeal Américo Aguiar admitiu esta sexta-feira que está a sentir o “peso” e o “medo” da decisão de escolher o sucessor de Francisco e que procura inspirar-se nas conversas anónimas dos peregrinos que estão por estes dias em Roma.
Nomeado cardeal por Francisco, o bispo de Setúbal tem estado nas congregações gerais, reuniões de cardeais, que antecedem o conclave e, no intervalo, procura preparar-se para a reunião eleitoral do sucessor do Papa, que morreu na passada segunda-feira.
O Presidente da República afirmou esta sexta-feira, à chegada a Roma, que o Papa Francisco "deixou um traço único que vai durar muito tempo" e considerou que isso "torna muito difícil a escolha do sucessor".
Marcelo Rebelo de Sousa falava à RTP por volta das 19h00 locais (menos uma hora em Lisboa), em Roma, onde vai marcar presença nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco, que morreu na segunda-feira, aos 88 anos.
O Conselho de Ministros aprovou esta quarta-feira o decreto que declara três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco, a cumprir entre esta quinta-feira e sábado.
A deliberação foi anunciada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros realizado hoje em Lisboa, e confirma o que já tinha sido comunicado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro na terça-feira.
O luto nacional pela morte do Papa Francisco será cumprido de 24 a 26 de abril, dia do funeral, onde marcarão presença, em nome do Estado português, o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República e o primeiro-ministro.
O período de luto vai coincidir com as celebrações do 25 de Abril, mas a sessão solene na Assembleia da República será mantida. Para o presidente do parlamento, José Pedro Aguiar-Branco, a sessão respeita o legado do Papa Francisco na defesa do pluralismo democrático.
A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, no início da sessão solene do 25 de Abril, um voto de pesar pela morte do Papa, no qual se salienta o legado de paz e misericórdia de Francisco.
O voto foi apresentado pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, tendo a escutá-lo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, membros do Governo, bem como outros titulares de órgãos de soberania e responsáveis institucionais também presentes no parlamento.
Quase 50 mil pessoas já passaram diante do caixão do Papa Francisco desde a manhã de quarta-feira na Basílica de São Pedro, que permaneceu aberta praticamente toda a noite para receber os fiéis, anunciou esta quinta-feira o Vaticano.
Entre as 11h00 de quarta-feira (10h00 em Lisboa) no Vaticano e as 08h30 de hoje (07h30 em Lisboa), 48.600 pessoas passaram diante do caixão do Papa para lhe prestar homenagem, incluindo 13.000 fiéis durante a madrugada de hoje, declarou o Vaticano.
O velório do Papa está a acontecer na Basílica de São Pedro e vai durar três dias para que os fiéis possam se despedir de Francisco.
O funeral será realizado no sábado, quando são esperados religiosos, várias autoridades e líderes de todo o mundo para participarem nas exéquias.
Milhares de fiéis continuam a prestar homenagem ao Papa Francisco, que morreu na segunda-feira. O chefe da Igreja Católica será velado até sábado na Basílica de São Pedro e, no sábado, será sepultado na Igreja de Santa Maria Maior, onde são vários os grupos de pessoas que chegam esta manhã. O reforço policial é visível no local.
A Câmara de Lisboa discute esta quarta-feira a atribuição do nome Papa Francisco ao Parque Tejo, proposta da liderança PSD/CDS-PP, que se prevê seja aprovada com apoio do PS, e que teve o parecer favorável da Comissão Municipal de Toponímia.
Também a Junta de Freguesia do Parque das Nações, onde se localiza o Parque Tejo, na parte de Lisboa, uma vez que o parque se estende ao concelho vizinho de Loures, “emitiu parecer favorável” à atribuição do topónimo Parque Papa Francisco, de acordo com a proposta subscrita pelo presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), e o vereador com o pelouro da Toponímia, Diogo Moura (CDS-PP).
A posição da Comissão Municipal de Toponímia foi tomada na terça-feira, um dia após a morte do Papa Francisco e na sequência do anúncio da proposta por parte de Carlos Moedas, tendo este órgão consultivo da câmara se pronunciado “a favor” da alteração do nome do Parque Tejo, relativamente à área que compete à cidade de Lisboa.
A Câmara de Loures, presidida por Ricardo Leão (PS), prevê formalizar o topónimo Parque Papa Francisco na reunião ordinária de 30 de abril, indicou à Lusa fonte do município.
Alguns milhares de fiéis começaram esta quarta-feira a encher a Praça de São Pedro, Roma, a duas horas das celebrações de trasladação do corpo de Francisco para a Basílica de São Pedro, onde ficará até sábado, ocasião das exéquias fúnebres.
“Vim mais cedo, mas esperava mais gente”, afirmou Constança, uma freira brasileira que foi das primeiras a chegar ao recinto.
Em redor, um grande dispositivo policial vigia todas as ruas adjacentes, com inspeções de bagagens, sob a vigilância atenta de centenas de polícias militares.
“É um momento sempre tenso, não estamos preocupados, mas estamos preparados”, disse à Lusa uma inspetora da polícia criminal.
Às 09h00 locais, 08h00 em Lisboa, têm início as celebrações religiosas da trasladação com uma oração presidida pelo carmelengo Kevin Joseph Farrell, o cardeal responsável pela gestão quotidiana do Vaticano, durante um período de Sé Vacante (entre a morte de um Papa e a eleição do seu sucessor).
Várias equipas de jornalistas espalham-se nas zonas adjacentes da Praça.
Na praça, nos lugares sentados, misturam-se peregrinos, religiosos e turistas ateus. “Vim a Roma de visita, a minha mãe é que crê, não eu”, explica Kevin Leroy, um norte-americano que está sentado numa das cadeiras defronte da basílica de São Pedro.
“Mas se vim cá e há isto, tinha que vir”, disse, pouco depois de ter tirado uma selfie com a igreja de fundo.
O corpo de Francisco está na Residência de Santa Marta, onde viveu após ser eleito, e será transportado pelas praças de Santa Marta e pela do Protomártires Romanos, entrando na Basílica do Vaticano pela porta central.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, confirmou esta terça-feira que irá participar no funeral do Papa Francisco, marcado para sábado no Vaticano.
Segundo o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, a deslocação de Guterres pretende ser uma “demonstração de respeito” para com a memória do Papa Francisco, que morreu na segunda-feira aos 88 anos devido a um AVC.
O antigo primeiro-ministro português não deverá pronunciar nenhum discurso, sendo que o porta-voz também rejeitou que o momento sirva para um encontro entre Guterres e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ainda não falaram desde a eleição do líder republicano nas presidenciais norte-americanas, em novembro passado.
Mais de 200 mil pessoas são esperadas na praça de São Pedro, no sábado, para assistir ao funeral do Papa Francisco, segundo uma estimativa da Comissão de Ordem e Segurança Pública, reunida esta terça-feira na câmara de Roma.
É igualmente aguardada a chegada de pelo menos uma centena de delegações estrangeiras, foi também estimado na reunião na câmara, presidida pelo ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi.
A maioria dos líderes estrangeiros que assistirão à cerimónia fúnebre deve chegar a Roma no próprio sábado e partir durante o dia, ao passo que a chegada à cidade do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prevista para sexta-feira.
O Papa Francisco ficou grato por ter sido capaz de saudar multidões na Praça de São Pedro no domingo de Páscoa, um dia antes de morrer, embora inicialmente houvesse algumas dúvidas sobre se conseguiria, devido à sua saúde precária, informou hoje o Vatican News.
O presidente da Assembleia da República recordou esta terça-feira que o Papa Francisco defendeu que a política quando vivida como serviço é a mais elevada forma de caridade e que a dignidade da pessoa é a questão central.
“Despedimo-nos com tristeza e gratidão do Papa Francisco. Pastor incansável, profeta da esperança e amigo querido de Portugal”, escreveu José Pedro Aguiar-Branco na mensagem que deixou esta terça-feira no livro de condolências pela morte do Papa Francisco, na Nunciatura Apostólica da Santa Sé, em Lisboa.
Na sua mensagem, o presidente do Parlamento destacou que Francisco se empenhou na construção da paz, na promoção da amizade social e na defesa da ecologia integral”.
“Os seus apelos ao diálogo inter-religioso abriram caminhos de diálogo entre povos e culturas e a sua visão de uma economia mais humana desafiou o mundo a colocar a dignidade da pessoa no centro das decisões”.
Depois, recordou palavras do Papa Francisco sobre a atividade política.
“Como ele próprio afirmou, a política, quando vivida como serviço, é a mais alta forma de caridade. Esta frase ressoa como um convite a todos nós, especialmente aos que têm responsabilidades públicas, para agirmos com generosidade e justiça”, salientou José Pedro Aguiar-Branco.
O PS na Câmara de Lisboa apoiou esta terça-feira a proposta de atribuir o nome Papa Francisco ao Parque Tejo, mas alertando para o abandono do espaço, e a Câmara de Loures disse que formalizará o topónimo na próxima semana.
Na sequência da morte do Papa Francisco, na segunda-feira, aos 88 anos, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), à margem de uma missa de homenagem ao líder da Igreja Católica, disse que vai propor ao executivo camarário a alteração do nome do Parque Tejo para Parque Papa Francisco.
A Lusa questionou o gabinete de Carlos Moedas, que governa Lisboa sem maioria absoluta, sobre quando será discutida a proposta em reunião de câmara, inclusive se será na sessão pública de quarta-feira, mas a resposta foi de que ainda não está agendado.
Localizado em terrenos dos concelhos de Lisboa e de Loures, num total de cerca de 100 hectares, o Parque Tejo nasceu após a transformação de uma lixeira, o aterro sanitário de Beirolas, num parque verde.
O cardeal António Marto, que vai integrar o conclave para eleger o sucessor do Papa Francisco, afirmou esta terça-feira que não há lugar para retrocesso na Igreja Católica e que o seu futuro líder deve ter uma “mente jovem”.
“Uma mente jovem, por aí, e com energia jovem também”, disse aos jornalistas António Marto, no Santuário de Fátima, garantindo ter já feito a sua escolha, que não revelou.
Questionado sobre qual deve ser o perfil do futuro Papa, depois de salientar que Francisco, que morreu na segunda-feira, “rasgou novos caminhos para a Igreja e para a humanidade”, o cardeal, bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima, defendeu ser necessário continuidade.
“Há coisas que já não se pode voltar atrás, não podemos fazer retrocesso”, defendeu, notando que se vive num tempo com “novas condições, novos desafios, que exigem novas respostas, novos caminhos, novos métodos, novas linguagens”.
Para o cardeal, “o Papa iniciou processos que agora precisam de ser continuados”.
“Eu penso que a maior parte dos cardeais estará convencida de que terá de ser um candidato que dê seguimento a estes processos iniciados pelo Papa Francisco”, sustentou.
Admitindo que “em todos os pontificados há sempre um grupo com nostalgia do passado (…), mas não vale a pena estar a derramar lágrimas sobre um passado que não volta mais”, António Marto destacou que “ninguém escolhe o tempo, nem o mundo em que quer viver”.
“É este e é deste mundo, então, que a Igreja tem de exercer a sua missão para a qual o Papa Francisco abriu novos caminhos”, insistiu, acreditando que este perfil será o “mais consensual” entre os cardeais eleitores.
Reafirmando que “a Europa deixou de ser o centro do mundo e o centro também da Igreja”, António Marto notou que a Igreja Católica está “florescente na África, na Ásia e na América Latina”, para assinalar que há bons candidatos nestas geografias.
“A universalidade da Igreja na sua diversidade tem uma maior expressão hoje no Colégio Cardinalício”, assinalou.
Sobre o conclave, antecipou que “não será muito demorado”, notando que nos dois anteriores também tal não sucedeu.
António Marto é um dos quatro cardeais eleitores portugueses no conclave que vai escolher o sucessor de Francisco, juntamente com Américo Aguiar, Manuel Clemente e Tolentino de Mendonça.
Estão intactas as casas onde nasceu e cresceu. A basílica onde abraçou a religião continua a ser um farol para todos e peça central de San José de Flores. Foi aí que, em 1957, sentiu o chamamento para a vida religiosa. Reportagem da TSF, em 2023, no bairro que era vila e hoje integra Buenos Aires.
Portugal vai assinalar três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco entre quinta-feira e sábado, anunciou esta terça-feira o primeiro-ministro, Luís Montenegro, indicando que participará nas cerimónias fúnebres em Roma.
“Nós amanhã teremos um Conselho de Ministros onde será consumada a nossa decisão de decretar três dias de luto nacional, que serão na próxima quinta-feira, sexta-feira e sábado”, explicou.
Luís Montenegro falava aos jornalistas à margem de uma visita à obra de construção do Hospital Central e Universitário da Madeira, no Funchal, onde se deslocou na qualidade de presidente do PSD e candidato às eleições legislativas de 18 de maio.
“Tudo aponta que participarei, com sua excelência o senhor Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa), com o senhor presidente da Assembleia da República (Aguiar-Branco) e o senhor ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros (Paulo Rangel) nas cerimónias fúnebres que ocorrerão em Roma no sábado”, adiantou.
O Presidente da República anunciou esta terça-feira que vai ao funeral do Papa Francisco, no sábado, e que estão também previstas as presenças do presidente da Assembleia da República e do primeiro-ministro - as três mais altas figuras do Estado português.
Além de Marcelo Rebelo de Sousa, José Pedro Aguiar-Branco e Luís Montenegro, a delegação portuguesa incluirá ainda o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
O chefe de Estado, que falava aos jornalistas à porta da Nunciatura Apostólica da Santa Sé em Lisboa, onde assinou livro de condolências pela morte do Papa Francisco, afirmou que irá partir de Lisboa na tarde de 25 de Abril, depois da sessão solene na Assembleia da República.
"Partirei logo a seguir, ao começo da tarde. Em princípio, se tudo correr como previsto, irá o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa adiantou, esta terça-feira, que o luto nacional pela morte do Papa Francisco deverá ser de 24 a 26 de abril.
Após reunião esta manhã no Vaticano, a Congregação de Cardeais confirma que o funeral do Papa Francisco terá lugar este sábado, às 09h00 (hora de Lisboa).
A morte do Papa Francisco está em destaque nas primeiras páginas dos jornais de todo o mundo. O chefe da Igreja Católica morreu esta segunda-feira aos 88 anos. Na imprensa sublinha-se a figura de alguém que deixa um legado na igreja e no mundo
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, anunciou esta segunda-feira que vai propor que o Parque Tejo se possa chamar Parque Papa Francisco. O objetivo é "honrar" a memória de um homem "preocupado com a moderação".
O patriarca de Lisboa convocou para esta segunda-feira uma missa em sufrágio do Papa, que morreu esta segunda-feira aos 88 anos, vítima de um AVC. Foi à entrada da Sé de Lisboa que Carlos Moedas anunciou a intenção que o local onde o Papa juntou milhares de pessoas, a propósito das Jornadas Mundiais da Juventude, mude de nome. A ideia será discutida na reunião de câmara.
O objetivo, explica, é "honrar" a memória de Francisco "e aqueles seis dias que não deixaram Lisboa na mesma". Depois da visita do chefe da Igreja Católica, ficou uma "Lisboa de esperança com os jovens".
Carlos Moedas salienta ainda a preocupação do Papa com a "moderação" e a sua luta "contra os extremismos".
O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou esta segunda-feira que vai comparecer no funeral do Papa Francisco, cuja data ainda não foi definida.
"Vou com a Melania ao funeral do Papa Francisco, em Roma. Mal podemos esperar!" escreveu, na sua rede social, Truth Social, o chefe de Estado norte-americano, cuja política anti-migração foi frequentemente criticada pelo falecido chefe da Igreja Católica.
O Papa Francisco morreu esta segunda-feira aos 88 anos, de AVC, após 12 anos de pontificado.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recorda Francisco como um "amigo tardio, mas intenso da nação" portuguesa e ressalva que este foi, talvez, a "mais corajosa voz dos líderes espirituais na defesa da dignidade humana, paz e justiça".
Do legado deixado por Francisco, o chefe de Estado guarda "a humildade do pároco nunca rendido às vestes do bispo, cardeal, do Papa"". O Papa era "simples, aberto, generoso, compreensivo e solidário".
"Não era um qualquer chefe de Estado amigo de Portugal", assinala.
Apesar de ter descoberto Portugal e, muito particularmente, numa fase tardia, em 2017, Marcelo destaca a sua "intensa ligação" ao país luso. Muito mais do que um "simbólico sucessor de quem legitimou Portugal como pátria independente", o Papa foi o "amigo tardio, mas intenso da nossa nação".
"Foi, talvez, a mais corajosa voz de entre os líderes espirituais dos últimos 12 anos na defesa da dignidade humana, paz, justiça, liberdade, igualdade, fraternidade, diálogo entre culturas e civilizações, da preferência pelos deserdados da periferia, pelos mais pobres, frágeis, sacrificados e excluídos", defende.
O chefe de Estado agradece, por isso, em nome dos portugueses, o "carinho que Francisco devotou a Portugal", destacando a sua presença assídua junto dos mais frágeis.
"Lembrar Francisco é prosseguir a nossa caminhada com ele", afirma.
O Vaticano confirmou esta segunda-feira que o Papa Francisco morreu na sequência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
O testamento do chefe da Igreja Católica foi também divulgado. Francisco pediu para que os seus restos mortais sejam sepultados na Basílica de Santa Maria Maior, em Itália.
"O sepulcro deve ser de terra, simples, sem decoração especial e com a única inscrição: Franciscus", lê-se no documento.
Era para este local que Francisco se dirigia para "rezar no início e no fim de cada viagem apostólica", com o objetivo de expressar as suas "intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe a sua dócil e materna solicitude".
O Papa Francisco abriu igreja ao mundo e aos que estavam mais longe: esta foi uma das mudanças que trouxe com o pontificado que agora termina. Algumas dessas alterações foram tão profundas que podem mesmo ser "irrevogáveis", considera Nuno Miguel Almeida, o líder da Companhia de Jesus em Portugal.
Em declarações à TSF, Nuno Miguel Almeida fala num "estilo novo de igreja", que "acolhe" e não tem portas. Esta é a marca deixada por Francisco, que é "tão forte" que vai ser "difícil voltar atrás". O padre lembra que o Papa deixa exemplos disso mesmo em mil gestos que nunca se viram num chefe da Igreja Católica e que fazem dele um homem irrepetível, também na forma como assumia as fragilidades.
Francisco foi, por isso, um Papa "amado" pelo povo porque este era capaz de o compreender. Os documentos emitidos pelo chefe da Igreja Católica eram feitos numa linguagem acessível, partindo sempre dos problemas atuais da sociedade.
Além disto, diz, outra das virtudes de Francisco era "não ter medo de não ter a certeza absoluta".
Francisco foi também o primeiro Papa jesuíta. O líder da Companhia de Jesus em Portugal vaticina que, tão cedo, não haverá outro em Roma: "Já cá estamos há 500 anos. Nunca houve um Papa jesuíta, a não ser o papa Francisco. Estou convencido de que, com o trabalho que este deu e com tantos abanões que este deu, a Igreja vai querer descansar um bocadinho e não vai ter outro."
A irmã Julieta Dias, investigadora na área da Teologia e defensora dos direitos das mulheres, reza para que o Papa Francisco não deixe que a Igreja Católica retroceda no que diz respeito aos direitos das mulheres. Destacando a importância dos passos dados pelo sumo pontífice, reconhece que vai demorar muito tempo até que homens e mulheres sejam tratados da mesma forma no interior da igreja.
"A História da irgeja tronou-nos invisíveis e não nos considera cristãs de primeira classe. [Francisco] fez uma coisa que nenhum Papa tinha feito: chamar mulheres para cargos importantes. Isso demonstra a abertura e a consideração que ele tinha pelas mulheres."
A cidade de Roma está a preparar medidas de segurança especiais para os próximos dias, tendo em conta os milhares de fiéis esperados para participar nas para as cerimónias fúnebres do Papa Francisco, que morreu hoje aos 88 anos
O chefe do departamento de Proteção Civil da capital romana, Fabio Ciciliano, convocou para a tarde desta segunda-feira uma reunião urgentepara a tomada de medidas excecionais na cidade, onde já foi montado um sistema de segurança especial nas imediações da Praça de São Pedro, no Vaticano.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, terá pedido a Ciciliano que ative todas os dispositivos necessários para garantir toda a segurança na afluência e presença de fiéis em Roma para as últimas homenagens e funeral do Papa, que deverão decorrer nos próximos nove dias.
Para terça-feira de manhã foi convocado um Conselho de Ministros, no qual Fabio Ciciliano deverá ser nomeado coordenador de toda a operação de segurança relacionada com as cerimónias fúnebres de Francisco, tal como aconteceu em 2005, quando morreu o Papa João Paulo II.
A presidência do Conselho de Ministros de Itália ordenou que todas as bandeiras de edifícios públicos sejam colocadas a meia-haste, tendo comunicado a mesma ordem às forças armadas e policiais e às representações diplomáticas.
Agora, a religosa, que não esconde a emoção, espera que o novo Papa "continue à abertura de Francisco às mulheres dentro da Irgeja". Confessa, por isso, que agora reza para que Francisco "não deixe que a Igreja volte para trás".
"Peço para que ele continue a zelar por nós e nos ajude a ter uma visão do mundo como ele tinha", afirma, defedendo que "um Papa destes nunca devia morrer". Mesmo "debilitado", a última coisa que quis fazer foi "deixar-se tocar pelas pessoas".
O Papa Francisco esteve pela primeira vez em Portugal em maio de 2017, a propósito das celebrações do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos e para a canonização de Jacinta Marto e Francisco Marto, em Fátima. Em declarações à TSF, a irmã Júlia Bacelar revela acreditar ter sido a "primeira pessoa" a saber que o chefe da Igreja Católica tinha antecipado a sua viagem, que acabou por realizar-se a 12 e 13 de maio desse ano.
Em 2016, a organização Talithakum, à qual a irmã Júlia pertence, foi convidada para uma audiência com o Papa. Neste encontro, Francisco decidiu cumprimentar os participantes um a um. Como sabia que o chefe da Igreja Católica tinha viagem marcada no ano seguinte para Portugal, a religiosa decidiu levar-lhe uma bandeira "muito bonita" do país. Quando chegou a sua vez, explicou que a trazia a propósito da deslocação a Fátima, que presumia ser no dia 13 de maio.
A Casa Branca prestou esta segunda-feira homenagem ao Papa Francisco após a sua morte com uma breve mensagem na rede social X com votos de que "o Papa Francisco descanse em paz".
A mensagem foi acompanhada por fotografias do falecido Papa reunido com o Presidente norte-americano, Donald Trump, e com o Vice-Presidente, JD Vance, com quem se encontrou no domingo.
Vance, que também enviou, esta segunda-feira, condolências “aos milhões de cristãos de todo o mundo que o amavam”, foi recebido durante alguns minutos no dia de Páscoa por Francisco, que morreu aos 88 anos na manhã de segunda-feira.
“O meu coração está com os milhões de cristãos de todo o mundo que o amavam”, escreveu Vance, que está atualmente de visita à Índia, nas redes sociais.
“Fiquei feliz por o ver ontem [domingo], apesar de estar obviamente muito doente”, acrescentou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
"Foi quando ele olhou para a bandeira e disse 'Ai, tão bonita. Tem um escudo tão bonito. Gosto muito. Mas olhe, eu vou a Fátima não é no dia 13. Eu vou no dia 12.'"
A irmã Júlia Bacelar, que pertence à Congregação das Adoradoras Espanholas, expressa por isso ter a crença de que tenha sido a "primeira pessoa" a saber da alteração da data. Este foi um momento "muito emocionante".
Em junho do ano passado, o Papa Francisco recebeu mais de uma centena de humoristas de todo o mundo no Vaticano. Entre eles estava Maria Rueff, que entregou ao líder da Igreja Católica uma seleção de Bordalo Pinheiro com caricaturas de Santo António. Em declarações à TSF esta segunda-feira, dia em que morreu o sumo pontífice, Rueff recorda com emoção o "privilégio que teve na vida".
"Ele era um homem que achava que a alegria tinha uma importância muito grande na vida dos seres humanos. E foi precisamente isso que eu senti na maneira como ele olhou e falou no encontro com os cómicos, da importância dos fazedores de alegria ou dos transportadores da esperança. Ele tinha a convicção de que um sorriso bastava para tocar o outro, dizia que Deus também sorria com isso e era uma forma de aligeirar o sofrimento do outro ou de, pelo menos, naquele dia, transformar um dia negro num dia com um bocadinho de esperança, com um bocadinho de sol, com um bocadinho de luz. Para mim, foi absolutamente tocante", recorda, na TSF, Maria Rueff.
O secretário-geral do PS lamentou esta segunda-feira a morte do Papa Francisco, que considerou “um homem bom e generoso” sempre preocupado com os mais frágeis e pobres, destacando que era um crítico do populismo, liberalismo e da “economia que mata”.
“Queria manifestar o meu pesar pessoal e do PS pela morte do Papa Francisco. Morreu um homem bom, morreu um homem generoso, respeitado por crentes e por não crentes”, lamentou Pedro Nuno Santos numa declaração aos jornalistas na sede do PS, em Lisboa.
Recordando que professava “o amor ao próximo”, uma das “mensagens originais do cristianismo”, o líder do PS referiu que o Papa “teve sempre na sua preocupação os mais desfavorecidos, os mais pobres, os mais frágeis”.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou esta segunda-feira a morte do Papa Francisco, que recordou como "um mensageiro da esperança, humildade e humanidade".
“Junto-me ao mundo para lamentar o falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco, mensageiro da esperança, da humildade e da humanidade”, afirmou num comunicado, no qual sublinha que o pontífice “foi uma voz transcendental em defesa da paz, da dignidade humana e da justiça social”.
Na nota, o secretário-geral da ONU sublinhou que Francisco “deixa um legado de fé, serviço e compaixão para todos, especialmente para aqueles que estão marginalizados ou presos pelos horrores do conflito”.
"Foi um homem de fé para todas as fés, trabalhando com pessoas de todas as fés e origens para iluminar um caminho a seguir", acrescentou.
O Presidente do Brasil lamentou esta segunda-feira a morte do Papa Francisco e destacou que o líder da Igreja Católica procurou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio.
"A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou no seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos", salientou Luiz Inácio Lula da Silva.
"Assim como ensinado na oração de São Francisco, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo numa mesma casa, o nosso planeta", acrescentou.
O chefe de Estado decretou sete dias de luto oficial no Brasil e lembrou que Francisco também trouxe a questão das mudanças climáticas ao Vaticano e "criticou vigorosamente os modelos económicos que levam a humanidade a produzir tantas injustiças".
"[Francisco] mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdades entre países e pessoas e sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas preconceito", frisou o governante.
As autoridades argentinas vão decretar sete dias de luto pela morte do Papa Francisco.
“O Presidente da Nação decretará sete dias de luto pelo falecimento do Santo Padre” de nacionalidade argentina, anunciou o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, na rede social X (antigo Twitter).
Adorni caracterizou o dirigente máximo da Igreja Católica como “um líder espiritual e guia de milhões de homens e mulheres”. “Que descanse em paz”, acrescentou.
Pouco antes, o Presidente argentino, Javier Milei, já tinha lamentado a morte de Francisco, elogiando a “bondade e sabedoria”, apesar “das diferenças” que foram publicamente expressas e que, nas palavras do próprio chefe de Estado, “hoje parecem menores”.
No altar da igreja de San Zulian, em Veneza, está uma fotografia do Papa Francisco. O chefe da Igreja Católica visitou Veneza há sensivelmente um ano, a 28 de abril de 2024. Foi a primeira viagem daquele ano. Francisco foi o primeiro Papa a visitar a Bienal de Veneza. Além de ter celebrado uma missa na Praça de São Marcos, visitou uma prisão feminina.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou, esta segunda-feira, três dias de luto nacional ainda em datas a decidir. A proposta foi enviada ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
As datas do luto nacional serão decididas tendo em conta os dias oficiais das cerimónias fúnebres do Papa Francisco.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lamentou esta segunda-feira a morte do Papa, afirmando que Francisco dedicou a sua vida à Igreja Católica e que rezou pela paz na Ucrânia e pelos ucranianos.
“Milhões de pessoas em todo o mundo estão de luto pela trágica notícia da morte do Papa Francisco. A sua vida foi dedicada a Deus, às pessoas e à Igreja”, afirmou Zelensky na rede social X.
Para o Presidente ucraniano, Francisco “sabia como dar esperança, aliviar o sofrimento através da oração e promover a unidade. Rezou pela paz na Ucrânia e pelos ucranianos”.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
“Lamentamos juntamente com os católicos e todos os cristãos que procuraram apoio espiritual no Papa Francisco. Memória eterna!”, declarou ainda Zelensky.
O corpo do Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira aos 88 anos, será depositado numa urna ao final da tarde na capela da residência de Santa Marta, no Vaticano, onde vivia desde a sua eleição, anunciou a Santa Sé.
“Esta noite, segunda-feira, 21 de abril, às 20h00 locais (19h00 em Lisboa), a sua eminência, o reverendíssimo cardeal Kevin Joseph Farrell, cardeal camerlengo da Santa Igreja Romana, presidirá ao rito de certificação da morte e à colocação do corpo na urna”, acrescentou o Vaticano num comunicado.
O cardeal camerlengo é uma figura dominante em toda esta fase chamada sede vacante, o período em que não há Papa na Igreja Católica. Durante esta fase, cabe-lhe gerir o quotidiano do palácio apostólico, em que não podem ser tomadas decisões de relevo.
Kevin Farrell foi nomeado em 2019 pelo próprio Papa Francisco.
O Vaticano informou hoje que o funeral do Papa Francisco será realizado dentro de nove dias e o conclave para eleger o seu sucessor dentro de um mês.
Khalid Jamal, do programa da TSF Que Mundo, Meu Deus!, carateriza o Papa Francisco como um "homem extraordinário, que marcou profundamente o mundo, a Igreja e, em particular, as relações com as outras religiões", além de ser alguém "profundamente investido na paz".
A mensagem de Francisco, considera ainda, "vinha do coração e não do cérebro".
O Presidente russo, Vladimir Putin, prestou homenagem ao Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira, aos 88 anos, saudando-o como um “líder sábio” e um “defensor constante dos valores do humanismo e da justiça”.
"Ao longo do seu pontificado, contribuiu ativamente para o desenvolvimento do diálogo entre as Igrejas Ortodoxa Russa e Católica Romana, bem como para a interação construtiva entre a Rússia e o Vaticano", declarou Putin, num telegrama de condolências publicado no ‘site’ oficial do Kremlin (presidência).
Para Putin, o Papa tinha uma “grande autoridade internacional como fiel servidor dos ensinamentos cristãos", afirmando ainda que Francisco era uma figura religiosa sábia e um estadista, “um defensor constante dos valores fundamentais do humanismo e da justiça".
O Presidente russo enfatizou que "preservará para sempre a memória mais brilhante" do Papa.
Papa Francisco "deixa sementes" que, espera João Paiva, da Comunidade de Vida Cristã e do programa da TSF Que Mundo, Meu Deus!, "sejam irreversíveis concretamente para o interior da Igreja e para a sua missão".
A Câmara Municipal de Lisboa manifestou esta segunda-feira "profundo pesar" pela morte do Papa Francisco, recordando os "momentos únicos" partilhados aquando da preparação e realização da Jornada Mundial da Juventude.
Numa nota, o presidente da autarquia, Carlos Moedas, recordou as memórias dos encontros com Francisco no âmbito da preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que em agosto de 2023 se realizou em Lisboa.
“Será um Papa que ficará para sempre no coração de Lisboa e que nos deixou uma marca que não esqueceremos, que connosco partilhou momentos únicos que fizeram de Lisboa a cidade de ‘todos, todos, todos’. Acima de tudo, transmitiu-nos esperança. Em Lisboa saberemos honrar o seu legado, o legado do Papa da esperança”, afirmou Carlos Moedas, citado no comunicado.
A autarquia lisboeta realçou ainda que Francisco foi “um líder espiritual cuja vida foi dedicada à paz, à justiça social e à defesa incansável dos mais vulneráveis”, e “uma voz única, firme e de equilíbrio num mundo tantas vezes marcado pela indiferença”.
“A cidade recordará para sempre um Papa Francisco que foi um exemplo permanente de vida e de proximidade, com uma mensagem de paz, empatia e compaixão, que irá certamente continuar a inspirar gerações”, destacou.
O Papa Francisco visitou Portugal em dois momentos, primeiro em 2017, no centenário das aparições marianas de Fátima, e depois em 2023, para celebrar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, de 1 a 6 de agosto, numa festa que colocou o país no centro da atenção dos católicos de todo o mundo.
As principais figuras das instituições europeias reagiram esta segunda-feira à morte do Papa Francisco, destacando o impacto global da liderança do seu pontificado, marcado pela defesa de causas como a justiça social, da paz e dos mais vulneráveis.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, declarou juntar-se ao luto de “muitos milhões em todo o mundo que choram a morte de Sua Santidade o Papa Francisco”. Numa curta nota pública, Costa destacou o “profundo sentimento de compaixão” do Papa e a atenção que dedicou aos “grandes desafios globais do nosso tempo — migrações, alterações climáticas, desigualdades, paz — assim como às lutas quotidianas de cada pessoa”.
Recordando ainda a última mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz, António Costa destacou “três medidas para que possa haver uma mudança duradoura”, como “o perdão da dívida internacional, a abolição da pena de morte e a reorientação dos fundos militares para o combate à fome”.
Os quatro jogos da 33.ª jornada da Liga italiana de futebol que estavam marcados para esta segunda-feira foram adiados devido à morte do Papa Francisco, anunciou a organização.
“Na sequência do desaparecimento do Santo Padre, a Liga anuncia que os jogos dos campeonatos da primeira divisão [Serie A] e reservas vão ser adiados para datas ainda a determinar”, explicou a Liga italiana, em comunicado.
A receção da Juventus, em Turim, ao Parma é um dos jogos adiados, juntamente com as visitas da Lazio ao Parma, do Torino à Udinese e do Cagliari à Fiorentina.
A cinco jornadas do fim do campeonato, a luta pelo título e pelo acesso às competições europeias permanece em aberto.
O campeão Inter Milão, que perdeu no domingo em Bolonha (1-0), e o Nápoles, que no sábado venceu em Monza (1-0), lideram o campeonato com 31 pontos.
A federação italiana de futebol (FIGC) prestou a sua homenagem, em comunicado, em memória de “um exemplo de caridade cristã e dignidade no sofrimento, sempre próximo do mundo do futebol”.
Foi onde mais foi preciso ir, quer presencialmente, quer pela mensagem (...) a sua constante presença naquela pequena comunidade católica na Faixa de Gaza.
"A herança deste Papa resume-se a uma palavra muito grande: evangelho." É assim que Manuel Clemente recorda o homem "muito afável" que foi Francisco.
O funeral do Papa Francisco será realizado dentro de nove dias e o conclave para eleger o seu sucessor dentro de um mês, anunciou esta segunda-feira o Vaticano após a morte do pontífice.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou esta segunda-feira o modo como o Papa Francisco inspirou milhões de pessoas muito para além do catolicismo com a sua humildade e amor pelos necessitados.
“Hoje, o mundo chora a morte do Papa Francisco. Ele inspirou milhões, muito para além da Igreja Católica, com a sua humildade e amor tão puro pelos menos afortunados”.
A líder do executivo comunitário associou-se ainda “a todos os que sentem esta profunda perda”, desejando que “encontrem consolo na ideia de que o legado do Papa Francisco continuará" no sentido de "um mundo mais justo, pacífico e compassivo”.
Marcelo Rebelo de Sousa fala esta segunda-feira ao país, na sequência da morte do Papa Francisco. Declaração está marcada para as 20h00, segundo nota publicada no portal da Presidência da República.
Paulo Rangel recorda as visitas do Papa Francisco a Portugal, sendo que o chefe da Igreja Católica não visitou países como Espanha ou a sua terra natal, a Argentina. Tinha uma "relação afetiva" com território luso, sublinha o ministro dos Negócios Estrangeiros no Fórum TSF.
Destaca também a preocupação de Francisco com o ambiente, passando a mensagem de que "os humanos têm a obrigação de cuidar do seu planeta, da sua casa". Pautou a sua ação "pelo gesto" e também se preocupou com o estatuto das mães solteiras e com a comunidade homossexual.
Em janeiro, Paulo Rangel encontrou-se com o Papa Francisco, para falar do papel de Portugal nos conflitos.
Como balanço final, o governante revela: "Como católico, foi ao encontro das minhas visões."
O Governo vai decretar luto nacional em memória do Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira aos 88 anos, disse à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro.
A mesma fonte não adiantou, contudo, o período abrangido pelo luto nacional.
Numa reação à morte de Francisco, o primeiro-ministro assinalou o singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas e considerou que o melhor tributo a prestar será seguir os seus ensinamentos e exemplo.
“Francisco foi um Papa extraordinário, que deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas. As suas visitas a Portugal, no centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, marcaram o nosso país e geraram uma ligação muito forte do povo português com Sua Santidade”, refere-se numa nota oficial em que manifesta as suas condolências à Santa Sé e a todos os católicos.
O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que o Papa Francisco deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas e considerou que o melhor tributo a prestar será seguir os seus ensinamentos e exemplo.
Esta reação de Luís Montenegro à morte do Papa Francisco, hoje, aos 88 anos, consta de uma nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro.
Na nota, o primeiro-ministro apresenta “as mais sentidas condolências do Governo de Portugal à Santa Sé e a todos os católicos do mundo, entre os quais tantos milhões de portugueses”.
“Francisco foi um Papa extraordinário, que deixa um singular legado de humanismo, empatia, compaixão e proximidade às pessoas. As suas visitas a Portugal, no centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima e na Jornada Mundial da Juventude, marcaram o nosso país e geraram uma ligação muito forte do povo português com Sua Santidade”, refere-se na mesma nota.
Para o primeiro-ministro, “a melhor forma de honrar o seu tributo” será seguir no dia a dia, nas diferentes atividades, “os seus ensinamentos e o seu exemplo”.
O patriarca de Lisboa, Rui Valério, não podia imaginar que a aparição do Papa de Francisco na praça de São Pedro no domingo fosse "um adeus tão definitivo, tão final".
O chefe da Igreja Católico, "um dos grandes da humanidade", esforçou-se para "reativar a proximidade de pessoas com pessoas, de ricos com pobres". Trouxe para o centro da reflexão o sofrimento dos povos, sublinha ainda Rui Valério.
Jorge Ortiga, antigo presidente da Conferência Episcopal e ex-arcebispo de Braga, sublinha que a Igreja "não poderá esquecer" a mensagem do Papa e considera que o legado de Francisco foi "construir".
"Veio de longe, quase desconhecido de muitos, sempre se empenhou na construção e entregou a sua alma e coração na construção da Igreja e foi alertando todos os cristãos para que também trabalhassem na construção. A construção da Igreja não era de alguns, mas de todos", afirma, em declarações à TSF, recordando a célebre frase do Papa: "Todos, todos, todos."
Em declarações à TSF, o bispo do Porto, Manuel Linda, recorda a "sensibilidade muito atípica" e a "sintonia assinalável com as problemáticas do mundo" do Papa Francisco.
A palavra "misericórdia" pautou muitas das suas ações, aponta igualmente.
Em declarações à TSF, o bispo José Ornelas fala numa "tristeza cheia de esperança". "Francisco completa hoje o caminho de esperança, deu a vida pela Igreja", afirma.
"É o momento de dar graças a Deus por aquilo que ele foi para a Igreja. A partida neste dia é um sinal que completa tudo aquilo que ele foi", considera José Ornelas, sublinhando que Francisco foi um Papa que "não parou no tempo".
Regras rígidas, absoluto segredo, assim se escolhe um novo Papa e o mesmo acontecerá com o substituto de Francisco, que será eleito entre os 138 membros do Colégio Cardinalício com menos de 80 anos, incluindo quatro portugueses.
A eleição no Conclave (do latim ‘cum clavis’ ou fechado à chave) está definida até aos mais ínfimos pormenores na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, revista por João Paulo II em 1996, e é secreta.
O sistema de fechar os cardeais iniciou-se no Concílio Lyon II (1274), convocado pelo Papa Gregório X, e hoje os também designados “príncipes da Igreja” estão proibidos de trocar cartas, mensagens ou telefonar a alguém do exterior, assim como de ler jornais, ouvir rádio ou ver televisão enquanto durar a reunião, para evitar pressões.
