Milhares de pessoas manifestaram-se, este sábado, contra a política dos dirigentes russos Dmitri Medvedev e Vladimir Putin, exigindo reformas com vista à democratização da Rússia.
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O Partido da Liberdade do Povo, dirigido por conhecidos políticos da oposição liberal como o antigo primeiro-ministro Mikhail Kassianov, os ex-ministros Boris Nemtsov e Vladimir Milov e o deputado Vladimir Rijkov, reuniram mais de cinco mil manifestantes numa das praças do centro de Moscovo.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem como «Contra o arbítrio e a corrupção», «Eleições sem batota», «Órgãos de informação sem propaganda e censura», «Igualdade de todos perante a lei», «Qualidade e acesso à educação e medicina» e «Estado para as pessoas», conta a Lusa.
«Aqui estão mais de cinco mil pessoas. Trata-se da maior manifestação da oposição democrática nos últimos tempos», declarou Nemtsov, depois de ter discursado perante os manifestantes.
Embora o Partido da Liberdade do Povo não esteja legalizado pelo Ministério da Justiça da Rússia, a realização da manifestação foi permitida pelas autoridades.
A polícia de choque OMON, que considera que na manifestação participaram apenas «900 manifestantes e 100 jornalistas», montou uma aparatosa operação de segurança com a presença de centenas de agentes.
Vários milhares de militantes comunistas e nacionalistas reuniram-se noutra praça do centro da capital russa para «protestar contra a política sócio-económica antipopular» do governo de Vladimir Putin.
O movimento juvenil pró-Kremlin "Nachi" ("Nossos") respondeu a esses comícios com uma manifestação contra a corrupção.
Segundo um porta-voz da polícia, mais de 50 mil pessoas participaram na manifestação "Aventais Brancos".
Segundo analistas políticos russos, a guerra contra a corrupção, declarada por Vladimir Putin quando chegou ao Kremlin em 2000 e continuada por Dmitri Medvedev, não deu resultados reais e esse mal continua a consumir cerca de metade do Produto Interno Bruto da Rússia.
Durante esta manifestação, a polícia deteve três militantes da oposição que tentaram distribuir exemplares do livro "Putin: resultados de 10 anos", onde se revelam numerosos casos de corrupção, a alguns dos quais esteve ligado o próprio primeiro-ministro russo.