Ministério da Defesa espanhol confirmou que em Bagdad "restam apenas três dos 13 militares".
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Dez militares espanhóis que tinham sido destacados para Bagdad no âmbito de uma operação da NATO no Iraque partiram esta terça-feira para o Kuwait, depois de a Aliança Atlântica ter decidido reposicionar as suas forças na região.
O Ministério da Defesa espanhol confirmou que em Bagdad "restam apenas três dos 13 militares", explicando que restantes partiram para o Kuwait, no plano da NATO de realocar as suas forças, no momento de escalada de tensão no Médio Oriente, após um ataque aéreo norte-americano, na semana passada, que matou um alto comandante militar iraniano.
O Governo espanhol disse que a deslocação dos militares aconteceu a partir da sede da NATO no centro de Bagdad, depois de a organização ter anunciado hoje que vai "reposicionar temporariamente" uma parte das suas forças no Iraque, deslocando-as para diferentes locais, dentro e fora do país.
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A decisão aconteceu dois dias após a NATO ter anunciado que suspendia temporariamente a sua atividade de formação de militares iraquianos, em sintonia com o Pentágono, que tomou idêntica decisão para as forças norte-americanas em Bagdad.
A ministra espanhola da Defesa, Margarida Robles, disse que a decisão tinha sido tomada em coordenação com a NATO, sob cuja égide as forças militares de Espanha se encontram no Iraque. Também o Canadá anunciou a retirada de aproximadamente 500 militares estacionados no Iraque, no âmbito da mesma operação da NATO e que serão deslocados para o Kuwait.
"Nos próximos dias, as tropas deixarão temporariamente o Iraque para se estabelecerem no Kuwait, graças aos esforços de planeamento da coligação e da NATO", disse o chefe do Estado Maior do Canadá, Jonathan Vance, numa carta enviada aos familiares dos militares. "Estamos a tomar todas as medidas para garantir a segurança do nosso pessoal", escreveu Vance, alegando a "complexa situação" na região, para justificar a medida.
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Portugal tem cerca de 30 soldados no Iraque, instalados na base militar de Besmayah, nos arredores de Bagdad, que o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, diz estarem em segurança. Também o chefe do Estado-Maior do Comando Conjunto para as Operações Militares, Marco Serronha, disse que já conversou com os militares portugueses, que se encontram "tranquilos", estando fechados na base militar, de onde não podem sair e onde apenas circulam com coletes antibala.
Marco Serronha referiu também que é ainda prematuro falar numa retirada das tropas, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, assegurou que o Governo está a acompanhar com "muita preocupação" a situação no Médio Oriente, apelando "à máxima contenção a fim de evitar o agravamento da situação".
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