
Direitos Reservados
O ministério da Educação da Coreia do Sul ordenou hoje a revisão de vários manuais de história, usados no ensino secundário, numa longa batalha ideológica sobre a versão oficial da nação coreana moderna.
Corpo do artigo
Numa declaração, o ministério afirma que os editores de sete manuais, aprovados pelo governo, receberam ordens para rever 41 descrições históricas «obscuras e desequilibradas» e caso não cumpram, a publicação dos livros será suspensa.
As 41 correções pedidas pelo ministério abrangem épocas e temas que vão desde os assassínios de civis durante a Guerra da Coreia (1950-53), disputas territoriais com o Japão e violações dos direitos humanos na Coreia do Norte.
«Os fatores mais importantes para determinar as alterações, agora pedidas, foram a existência de erros factuais e elementos que possam afetar negativamente» a perspetiva correta dos estudantes sobre os acontecimentos da história, disse aos jornalistas o vice-ministro da Educação sul-coreano, Na Seung-il.
A diretiva surge depois de protestos, em agosto, de deputados da oposição liberal em relação a um manual de história específico, que acusaram de apresentar uma perspetiva histórica destorcida.
Os deputados conservadores apresentaram vários manuais que, na sua opinião, favoreciam perspetivas de esquerda.
A história da península coreana no século XX é turbulenta, sendo particularmente sensível o período da ocupação japonesa entre 1910-45, a divisão da península em Norte e Sul, a ditadura militar que se seguiu à Guerra da Coreia, o movimento pró-democracia das décadas de 1980 e 1990 e qualquer tema relacionado com a Coreia do Norte.
Os partidos da direita e da esquerda sul-coreana continuam a travar batalhas sobre o retrato histórico que consideram adequado em todas estas questões, sendo os manuais escolares do ensino secundário um dos campos de batalha habituais.