Ministra da Defesa confirma "até 20 militares" portugueses para formar tropas ucranianas
Governantes dos 27 surpreendidos com ataques russos durante videoconferência para Kiev.
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A ministra da Defesa, Helena Carreiras afirmou esta terça-feira que Portugal vai contribuir para as missões de formação da União Europeia às tropas ucranianas com "até 20 militares".
"Portugal vai participar com até 20 militares, que vão treinar soldados ucranianos", anunciou a ministra, detalhando as áreas que podem ter um contributo nacional, "designadamente o treino básico, treino de tiro, a área médica e a desminagem".
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Helena Carreiras falava no final da reunião dos 27, que esta tarde receberam, por videoconferência, o ministro ucraniano da Defesa, Oleksii Reznikov. Durante a videochamada, os ministros foram surpreendidos pelos bombardeamentos da Rússia a várias cidades ucranianas.
"Estávamos, justamente, a falar com o ministro [Oleksii] Reznikov, numa sessão destinada a avaliar a situação na Rússia e a forma como nós temos vindo a apoiar e aquilo que são os desafios para o futuro, quando chegou de facto essa informação", relatou a ministra, que recebeu a informação através de uma comunicação do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
"Naturalmente foi um motivo de apreensão, [pois] parecem ser de facto bombardeamentos muito sérios, talvez dos mais sérios desde o início da guerra", afirmou a ministra, considerando que a atitude a União Europeia deve ser "não subvalorizar aquilo que são os desafios e a capacidade que a Rússia tem".
A ministra admite que a Rússia "estará justamente a procurar reforçar-se, e a reorganizar-se", podendo esta ser uma fase de "regeneração de forças a que é preciso estar atento e continuar o apoio à Ucrânia".
Stoltenberg alerta para o perigo de subestimar a Rússia
A reunião contou com a participação do secretário-geral da Nato, Jens Stoltenberg que também defendeu máximo cuidado para "não subestimar a Rússia".
"Todos saudamos os progressos que as forças ucranianas fizeram nos últimos dias, em particular com a libertação de Kherson. Tal deve-se à bravura e coragem das forças ucranianas", vincou Stoltenberg.
"Ao mesmo tempo, acho que é importante que não cometamos o erro de subestimar a Rússia", alertou, salientando que "a Rússia mantém capacidades militares significativas, [e] um elevado número de tropas".
Stoltenberg destacou que a guerra na Ucrânia comprova que "a Rússia está disposta a sofrer elevadas perdas", tendo sido possível confirmar "a brutalidade exercida contra civis nos territórios" libertados pelas tropas ucranianas, após a ocupação russa.
"Por isso, precisamos de continuar a prestar apoio à Ucrânia pelo tempo que for preciso, ao nível de capacidades, mas também através do treino", destacou o secretário-geral da Aliança Atlântica.