Maria Luís Albuquerque reiterou que os "cofres cheios" permitem a Portugal enfrentar com "tranquilidade" os impactos negativos de um eventual incumprimento ou mesmo saída da Grécia da zona euro. Ministra espera, no entanto, que processo termine em acordo.
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"O que nos dá tranquilidade é que de facto, e apesar de não ter sido bem interpretada, temos os cofres cheios. É certo que é valor de dívida, mas é essa almofada financeira que nos permite enfrentar, do ponto de vista do financiamento do tesouro português, algum desenvolvimento mais desfavorável do mercado, seja este ou outro que possa ocorrer", disse Maria Luís Albuquerque aos jornalistas, após o encontro, ontem, dos ministros das Finanças da zona euro.
Maria Luís Albuquerque fez ainda questão de sublinhar que todos os parceiros da zona euro continuam "muito empenhados" em evitar um cenário para a Grécia que não seja o assumir dos compromissos e a permanecer na união monetária.
Ainda assim, a ministra das Finanças reconheceu que "a situação é grave. Já passou muito tempo. O tempo para que se possa alcançar um acordo é cada vez mais curto".
Sobre o ambiente do encontro em que se debateu a Grécia, a governante relatou uma "reunião tensa", dominada por um tom de "frustração", "desalento" e "irritação" perante o tempo "cada vez mais curto" para se alcançar um acordo.
A governante portuguesa usou ainda uma expressão que todos os líderes usam por estes dias - "a bola está no campo da Grécia" - para dizer que o que os parceiros aguardam agora são propostas "credíveis" e "concretas" do Governo liderado por Alexis Tsipras.
Faltam menos de duas semanas para expirar o programa de assistência financeira a Atenas e da data limite para a Grécia pagar 1,6 mil milhões de euros ao FMI, ambas a 30 de junho.