O ministro polaco das Finanças criticou hoje os planos de ajuda financeira que a Zona Euro criou para a Grécia, Irlanda e Portugal, afirmando que são pouco virados para o desenvolvimento económico.
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As declarações do ministro Jacek Rostowski surgem pouco depois de a Polónia ter assumido a presidência rotativa da União Europeia.
«Um programa [de ajuda] deveria ser entendido claramente como um passo rumo à recuperação económica» do país em causa, «e no que toca aos programas europeus este não é inteiramente o caso», disse Jacek Rostowski.
«É preciso mudar a filosofia» destes planos de apoio, acrescentou.
O ministro polaco deu como exemplo os programas de ajuda montados pelo FMI, afirmando que são mais «pró-activos» na recuperação económica, enquanto os planos da união monetária «ficam muito à espera dos acontecimentos».
«Felizmente, graças a Deus» que o FMI está envolvido nos planos de apoio à Grécia, Irlanda e Portugal, acrescentou.
Os países europeus tiveram de reduzir o nível da sua dívida face à riqueza medida pelo PIB. Mas para Rostowski, a Europa está demasiado focalizada na redução do endividamento e pouco na necessidade de repartir o PIB. Com esta atitude, considerou, a Europa arrisca-se a que a cura seja pior do que a doença.
«O rácio europeu precisa tanto de alterações no numerador (dívida) como no denominador (PIB)», disse Jacek Rostowski.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, deixou implícito que apoiaria uma redução das taxas de juro dos empréstimos acordados com a Irlanda, que Dublin considera muito elevados.