Autoridades gregas gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar a multidão junto à fronteira.
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Na Turquia, a situação agrava-se a cada hora que passa, à medida que mais refugiados sírios e de outras nacionalidades vão chegando a Edirne, a província do nordeste do país, que faz fronteira com a Grécia e que está também a poucos quilómetros da Bulgária.
Os últimos números, avançados esta manhã pelo ministro turco do Interior, Suleyman Soylu, davam conta de que mais de 47 mil migrantes já tinham chegado a Edirne. Outros balanços, ainda não oficiais, indicam que esse número possa já ser de 70 ou 80 mil, a maioria vindos da região de Istambul.
As autoridades gregas já responderam para impedir o avanço da massa humana pela fronteira. Usaram mesmo gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar a multidão.
A situação humanitária é também preocupante: as pessoas que se concentram naquela zona estão expostas a condições climatéricas adversas e a comida escasseia. Mais a sul, só no último dia, três embarcações cheias de refugiados já chegaram à ilha grega de Lesbos, provenientes da costa turca.
Também aqui, as autoridades gregas preparam-se para uma acréscimo do número de refugiados a chegar à ilha.
Na sexta-feira, a Turquia anunciou que iria abrir as suas fronteiras e deixar que os refugiados sírios passassem livremente para a Europa. A decisão surgiu na sequência do ataque da passada quinta-feira, na província síria de Idlib, que resultou na morte de 36 soldados turcos, de acordo com o ultimo balanço atualizado.
A Turquia, que já contava com cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios, alega que não consegue fazer face a uma nova onda de deslocados vinda de Idlib, e acusa ainda a União Europeia de não cumprir a suas promessas no acordo alcançado em 2016 que permitia reter os refugiados sírios em território turco.