Nicolas Hulot anunciou a decisão sem consultar o presidente francês. Diz-se desiludido com a falta de progressos na pasta do ambiente.
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O ministro francês da Transição Ecológica, Nicolas Hulot, anunciou esta terça-feira a demissão do cargo, dizendo-se dececionado com a falta de progressos no combate às alterações climáticas.
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"Não quero mentir a mim mesmo, não quero dar a ilusão de que a minha presença no Governo significa que estamos a avançar, portanto tomo a decisão de deixar o Governo", acrescentou o ministro que encarna a terceira figura mais importante do governo francês.
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Nicolas Hulot decidiu abandonar o Executivo francês na noite de segunda-feira sem avisar previamente nem o Presidente, Emmanuel Macron, nem o primeiro-ministro, Philippe Édouard.
"Eu sei que não é muito formal", admitiu, explicando que receava que o tentassem dissuadir de renunciar ao cargo, "mais uma vez".
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"Começámos a reduzir os pesticidas? A resposta é não. Começámos a impedir a erosão da biodiversidade? A resposta é não. Estamos em posição de parar a fertilização artificial dos solos? A resposta é não."
Um representante da presidência disse à Reuters que Macron manifestou surpresa com o anúncio e assumiu que ainda não tinha conversado com o ministro demissionário.
"O trabalho de um ministro, especialmente da sociedade civil, é ao mesmo tempo entusiasmante e frustrante (...), compreendemos perfeitamente que deve haver frustração, mesmo exaustão, o que não retira qualidade do trabalho alcançado."
Ainda não está escolhido um substituto para Nicolas Hulot.