O chefe da diplomacia turca defendeu sábado que o vice-presidente sírio, Farouk al-Chareh, poderia substituir Bashar al-Assad na chefia de um governo de transição na Síria para cessar a guerra civil naquele país.
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«Farouk al-Chareh é um homem de razão e de consciência e não participou nos massacres na Síria. Ninguém senão ele conhece melhor o sitema» na Síria, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ahmet Davutoglu, numa entrevista à televisão pública turca TRT.
O ministro turco sublinhou que a oposição síria «está inclinada a aceitar Al-Chareh» como o futuro dirigente da administração síria.
Farouk al-Chareh, a personalidade sunita mais bem vista no seio do poder alauita (saída do xiismo), é um homem de confiança do regime e foi durante 15 anos chefe da diplomacia síria antes de se tornar vice-presidente em 2006.
Informações que indicavam que Al-Chareh tinha desertado em agosto último foram desmentidas pelo regime de Damasco, mas segundo determinados responsáveis da oposição estará em prisão domiciliária.
Davutoglu mostrou-se convencido de que o vice-presidente sírio ainda está na Síria.
As relações entre Damasco e Ancara têm sido marcadas por tensões desde o início da revolta na Síria, em março de 2011, e agravaram-se na semana passada depois de morteiros lançados na Síria terem caído numa aldeia turca. Deste incidente resultaram cinco civis turcos mortos.
A Turquia que partilha uma fronteira de 900 quilómetros com a Síria e acolhe quase 100 mil refugiados sírios, apoia abertamente os rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL) e já apelou para a partida de Bashar al-Assad.
Ancara tem sistematicamente respondido nos últimos dias a tiros de artilharia sírios que atingem território turco.