Ministros das finanças da zona euro prepararam resposta de Bruxelas à vitoria do Syriza
Os ministros das Finanças da zona euro reúnem-se hoje em Bruxelas, um dia após a vitória nas eleições gregas do partido de esquerda Syriza, muito crítico das políticas de austeridade seguidas na União Europeia. A Comissão Europeia tem dito oficialmente que os acordos são para cumprir e afasta à partida qualquer possibilidade de um novo perdão de dívida grega.
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Fontes diplomáticas ouvidas em Bruxelas esperam que, enquanto governante, Alexis Tsipras assuma posições mais moderadas, contrastantes com a linha populista que o trouxe ao poder e que demonstre responsabilidade na condução do país.
O programa de assistência financeira à Grécia termina dentro de cinco semanas e o Eurogrupo espera que o governo de Atenas, seja qual for, trabalhe rápido, para que a quinta revisão do programa seja concluída.
Uma fonte do Eurogrupo afirmou que o governo já não tem muito tempo para trabalhar para um eventual prolongamento do resgate à Grécia.
Na reunião desta segunda-feira, os ministros das finanças vão olhar para os resultados das eleições em Atenas e debater de uma forma genérica o final do programa de assistência à Grécia, tendo desde já como certeza que o ministro grego que se senta hoje à mesa em Bruxelas, não representará o país nos próximos encontros do Eurogrupo.
Nos dias anteriores às eleições antecipadas na Grécia, responsáveis europeus desdramatizaram uma eventual subida do Syriza ao poder, sublinhando «apenas» a necessidade de um futuro governo grego respeitar os compromissos assumidos pelo país junto dos seus parceiros e credores, mas agora já sabem que será com um novo governo muito crítico da política de austeridade que irão trabalhar com vista à conclusão da quinta revisão do programa grego e eventual prolongamento do «resgate».
No domingo à noite, o futuro primeiro-ministro da Grécia, o líder do Syriza, Alexis Tsipras, reiterou no seu discurso de vitória a sua intenção de renegociar com os credores uma «nova solução viável» para a Grécia, designadamente ao nível da dívida.
Na primeira reunião do Eurogrupo já com a zona euro ampliada a 19 países (a Lituânia aderiu à moeda única a 01 de janeiro), Portugal estará representado pela ministra Maria Luís Albuquerque, que na semana passada anunciou que o Governo vai pedir autorização aos parceiros europeus para proceder ao reembolso antecipado do empréstimo pedido ao Fundo Monetário Internacional (FMI), seguindo assim o exemplo da Irlanda, que também já devolveu parte dos créditos concedidos pelo Fundo antes de concluído o prazo inicialmente definido.